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Mais que alimentação, um estilo de vida


A vida de todos os animais importa, sem distinção. Quando o respeito e o amor aos animais significam tanto o ponto de além de não comer carne, as pessoas buscarem outras alternativas na linhagem de roupas, cosméticos, medicamentos e entretenimento? O veganismo é mais do que uma forma de respeito a vida animal, é um estilo de vida. Por que a vida de alguns importa e a de outros não? Esse é um movimento que precisa ser debatido, não apenas do ponto de vista da alimentação. Venha descobrir com a gente os “mistérios” do veganismo.

Começo explicando que não sou vegetariana e nem, vegana. Tudo descrito aqui, para mim também foram grandes descobertas. Não me julguem. Eu amo os animais, mas não consigo me libertar desse hábito de comer carne. Quem sabe um dia, eu consiga evoluir a ponto de conseguir tal feito, não sei como será amanhã e qual serão as melhores escolhas para mim.

A primeira vez que ouvi sobre o veganismo, torci o nariz. Levando em conta que sou celíaca e intolerante a lactose, já acho difícil conseguir viver fazendo essas dietas restritivas, que dera mais ainda sem comer carne, laticínios ovos ou mel. Porém, como diz o ditado: “ Aqui o buraco é muito mais em baixo”.

Buscando compreender o assunto a Êxito conversou com Marceli Pitt Coser (CRN10 – 2911), graduada em Nutrição pela UNOESC-Videira, Pós-graduada em Nutrição Clínica Funcional e Fitoterapia pela PUCPR, com Título de Especialista Fitoterapia pela ASBRAN e Mestranda em Ciência e Biotecnologia pela UNOESC-Videira.

Marceli nos explicou que o veganismo é um estilo de vida. Um movimento de respeito aos animais, que dentro da realidade de cada pessoa visa por visões éticas, excluir toda forma de exploração e crueldade com os animais de sua rotina diária. O boicote a atividades e produtos que são contra os direitos dos animais é uma das principias ações praticadas por quem adere o movimento seja na forma de alimentação, vestuário, cosméticos, fármacos, entretenimento, e outras finalidades. Portanto na alimentação, são excluídos alimentos de origem animal, mesmo os que não causem sua morte, como: laticínios, ovos e mel.

É muito importante que para compreender as pessoas veganas, saibamos diferenciá-las das vegetarianas. Os veganos são necessariamente vegetarianos, porém os vegetarianos, não são necessariamente veganos! O vegetarianismo é uma corrente dietética, ou seja, alimentar, que estipula uma alimentação com abstenção de alimentos de origem animal. O que não implica necessariamente, no reconhecimento dos direitos animais ou no boicote aos cosméticos que são testados em animais ou uso de couro. Embora a motivação a pratica vegetariana também possa ter dentre tantos outros motivos o cunho ecológico.

Existe preocupação com os substitutivos dos produtos de origem animal na alimentação. Sejam eles produtos que precisem conter dentro de uma receita ou na questão de valor e necessidade nutricional. Recomenda-se que quem optar por uma dieta vegana busque um nutricionista, para que o mesmo possa adequar um plano alimentar, seja ele com ou sem suplementação, visando garantir o aporte adequado de macro e micronutrientes, respeitando as necessidades individualizadas, ajustando essas necessidades nas diferentes fases da vida.  

Existem alguns tabus sobre a alimentação vegana e uma crença de que esse tipo de alimentação seja mais saudável. É preciso lembrar que ser vegano é um estilo de vida que deve ser respeitado, assim como as demais escolhas. A alimentação vegana é baseada em alimentos in natura e minimamente processados, rica em frutas, vegetais, cerais, oleaginosas que fazem parte de uma alimentação considerada adequada. Porém seria impróprio afirmar que é mais saudável. Até mesmo quem segue essa dieta precisa ser disciplinado, fazendo escolhas adequadas e completarem uma variedade e quantidade de alimentos para obter todos os nutrientes necessários.

Existe várias dúvidas quanto ao sabor e riqueza de nutrientes das comidas e receitas veganas. Vale ressaltar que a colocação referente a esses aspectos é muito relativa, tanto partindo do ponto de vista da individualização do paladar, modo de preparo e de quantos nutrientes essencialmente esses alimentos são ricos. Alimentos como legumes, frutas, verduras, oleaginosas e cereais contemplados na alimentação vegana, são de fato indispensáveis par uma vida saudável. O seu valor nutricional é reconhecido e faz parte de uma alimentação balanceada. Porém não se pode esquecer que ao excluir um grupo alimentar (de origem animal neste caso) rico em determinados macro e micronutrientes, cabe inclusive aos veganos conhecer as fontes vegetais que possam suprir a necessidade dietética, sua biodisponibilidade e utilizar pelo organismo e personalizar uma dieta, que por vezes poderá necessitar de suplementos específicos, sempre respeitando o critério de isenção à produtos de origem animal.

É muito importante ressaltar que levar o estilo de vida vegano, não é uma brincadeira. Esse é um movimento com bases sólidas, seria muito triste e impróprio categorizá-lo ou tratá-lo como um modismo ele deve ser levado a sério, pois além de ser uma escolha saudável, existem grandes chances de ser permanente. Se você deseja aderir esse estilo de vida é recomendável que comece aos poucos mudando sua dieta e buscando alternativas viáveis. Não se culpe por não conseguir se restringir de tudo logo no início, é um processo que precisa ser pensado com cuidado, carinho e amor.

Ser vegano, vegetariano, não comer carne vermelha, lácteos ou outros, deve ser uma escolha a ser respeitada. Cabe a profissionais como nutricionistas dar as devidas orientações e fazer ajustes dietéticos, para que na ausência de alguns alimentos ou grupos alimentares, não prejudiquem as pessoas e as necessidades sejam atendidas por outras fontes. Não existe uma “receita de bolo” para isso, cabe respeitar as escolhas, a individualidade bioquímica, a fase da vida, os possíveis quadros patológicos, e fazer os ajustes. Livre de julgamentos ou culpas.


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