A dama de branco
- Então estamos de acordo, Alexander. Aqui estão as chaves, só por favor, jamais me importune com isso novamente – disse Lorde Royce com desgosto. Meu senhor, poderia muito bem estar lhe fazendo um favor, olhando por uma de sua propriedade enquanto o senhor fica na cidade! E depois, somo família!
- A minha união matrimônio com Katherine não lhe dá o direito de usufruir de meus bens, Alexander, mas deixarei que visite a propriedade, se isso for faze-lo parar de me incomodar com tais pedidos.... Apenas.... Cuide par anão danificar nada. Sabe que tenho obras inestimáveis na residência e conheço cada detalhe de casa uma.
- Mas não tem com o que se preocupar, meu senhor, sabe que não entendo de arte. Quero apenas ter o luxo de passar alguns dias como o Lorde, sentir como é!
- Que assim seja. E só mais uma coisa. Tome cuidado com a Dama de Branco, Alexander.... Ela...
- Dama de Branco? – Interrompeu ele – Hora essa, meu senhor.... Está em tomando por supersticioso?
Garanto-lhe que esses tipos de coisa são as últimas das minhas preocupações!
- Não foi isso que eu quis dizer, Alexander. Sabe que coleciono arte, algumas das quais são peças bastante antigas de rica história. Entenda que...
- Perdoe a interrupção, Lorde – falou Alexander, cortando o outro novamente – Mas assim o senhor me constrange. Já lhe disse que o pouco me importa as peças que o senhor mantém nas propriedades e menos ainda a história ou qualquer outra coisa por trás delas. Não se preocupe, pois nada assusta este homem! – Exclamou.
- Apenas.... Tenha cuidado – concluiu Lorde Royce balançando a cabeça enquanto o cunhado se afastava, sem conseguir compreender como uma mulher tão formidável como Katherine poderia ser irmã de tamanho ignóbil.
Alexander levantou um dia para chegar ao destino, logo despachando a carruagem que o havia levado. Tinha ordem de busca-lo em três dias.
Ele entrou no palacete e não conseguiu evitar o sorriso.
- É, senhor Royce... – pensou ele, olhando em volta – Agora serei eu a sentir o gosto de como é viver como um rico!
Sem se preocupar com os avisos, Alexander começou a esbanjar. Sozinho, bebeu dos caros vinhos do Lorde, comeu de suas ricas carnes defumadas e até mesmo fumou de seu fumo especial. Dormiu na cama do proprietário, mexeu em suas coisas e desrespeitou as normas que lhe haviam sido passadas. Sempre que fazia algo que sabia ser errado, porem afirmava:
- Casou-se com minha irmã.... Então, tecnicamente, o que é seu também é meu!
Sua lógica errônea só fazia sentido na própria cabeça, mas para ele era o suficiente.
No segundo dia, embriagado, resolveu visitar a coleção de artes do Lorde. Intoxicado pelo álcool, pôs-se a mexer onde não devia. Tocou nas peças, instrumentos e até mesmo pinturas. Sentia-se o dono do mundo e tudo estava ao seu alcance. Algo, porém, parecia deslocado entre todo o resto. Uma grande estátua de mármore de uma bela mulher envolta em véus estava apoiada sobre calços de madeira.
Sem cerimônia, ele foi até lá, falando sozinho.
- Mas o que é isso, meu Lorde.... Que falta de capricho.
A peça mais bela, sendo tratada como a mais inferior. Isto não está certo...
À frente da estátua e sentindo-se senhor do local, resolveu mexer nos calços abaixo dela, e antes que pudesse perceber, ela caiu sobre ele, matando-o instantaneamente.
Quando a carruagem finalmente veio buscá-lo, encontraram-no esmagado entre pedaços partidos de mármore. Ao receber o corpo com a família, Lorde Royce apenas lamentou.
- Alexander, seu tolo... A peça estava danificada e instável. Tivesse me escutado melhor lembraria.... Teria tomado cuidado com a estátua... A Dama de Branco.
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