Sempre alerta!
Eles estão sempre de “orelhas em pé´”. Aprendem a serem amigos na natureza, a respeitar as pessoas e suas diferenças e como as regras fazer parte da vida e do desenvolvimento de cidadãos consciente e preocupados com o próximo. O olhar para com o outro muda. O senso de responsabilidade cresce, com as oportunidades. A visão de futuro se amplia e a bondade no coração só cresce. O Grupo Escoteiro Sentinelas do Rio Peixe (n° 147/SC), nos contou como é a experiência do escotismo e o que se prega. Vamos embarcar nesta aventura com a gente?
A Redação da Êxito, em conversa com o Chefe Leandro Crestani aprendeu com o Grupo Escoteiro Sentinelas do Rio do Peixe, tem como missão transformar crianças e jovens em cidadãos muito melhores.
Nos dias 29 e 30 de Setembro de 2018, aconteceu o 1º AcampaLobo do Distrito Escoteiro do Contestado. Um grande encontro do ramo Lobinho, onde interagiram cerca de 200 crianças de seis a dez anos de idade e mais de 90 chefes de 10 municípios, sendo eles: Água Doce, Caçador, Campos Novos, Capinzal, Concórdia, Erval Velho, Luzerna, Treze Tílias, Zortéa e a sede do evento Videira. O objetivo do evento foi a integração entres as crianças dos Grupos Escoteiros destas cidades e o aprendizado através das atividades lúdicas dentro do tema “O fundo do Mar”. Como as ações foram realizadas com o ramo Lobinho, as atividades foram espalhadas em personagens de filmes infantis com significado moral de lealdade e honra, fortalecendo estas virtudes nos pequenos. A questão de preservação ambiental também é sempre presente, uma vez que as brincadeiras, giraram em torno do cuidado com as águas e mares.
O Movimento Escoteiro, batalha por questões importantes e de formação e o ingresso dentro dos grupos pode ser realizado desde os seis anos e meio, como Lobinho, seguindo para Escoteiro 11 aos anos e meio, passando a Sênior com a 14 anos e meio quando ficam até os 18 anos. De 18 a 21 anos passam a pioneiros. Dos 21 em diante podem tornar-se Chefes Escoteiros, onde não há limite de idade para desempenhar as atividades.
As práticas nas reuniões normais consistem em jogos e atividades que desenvolvem de forma integrada a sociabilização das crianças, desenvolvendo sua destreza física e mental e sua capacidade de liderança e protagonismo do jovem. Nas atividades externas (acampamentos e caminhadas), o jovem realiza atividades mateiras como: fazer fogo, preparar seus alimentos e acampar com segurança, aprendendo também sobre primeiros socorros e técnicas de orientações e sobrevivências em matas e montanhas.
Todas as ações que envolvem o escotismo estão baseadas no desenvolvimento integral do jovem visando torná-lo um adulto responsável e proativo. A cidadania e o civismo também são temas sempre presentes, levando em conta que em praticamente toda a atividade do grupo escoteiro faz-se o hasteamento e saudação à bandeira nacional.
O Escotismo realiza uma função social na vida das crianças e adolescentes. Muitas das atividades envolvem a cidadania (limpeza e manutenção de espaços públicos, coleta de donativos para crianças carentes, atividades de ação ambiental em escolas, noções de preservação da natureza e melhoria das condições de vida). Essas ações estão aliadas a formação social do indivíduo, fortalecendo hábitos saudáveis, que acabam por ser replicados pelas crianças dentro de suas casas e no ambiente escolar. O convívio em grupo necessita de certas regras e desenvolve o senso de colaboração e equipe e leva-as a desenvolver adequada maturidade para convívio social, desenvolvendo sua independência e os tornando jovens capazes e adultos conscientes de seus deveres.
Como o Escoteirismo Brasileiro está muito bem fundamentado em uma pedagogia de desenvolvimento integral do jovem, é possível perceber como o comportamento das crianças e adolescentes muda ao ingressarem no grupo. Os jogos e atividades desenvolvem-se prezando tanto pelas faculdades mentais, quanto nas capacidades físicas e de convívio social dos jovens. Notou-se que algumas crianças não possuíam tanta destreza física (equilíbrio, força muscular, resistência física, coordenação motora) quando ingressaram ao grupo. Entretanto quando passaram a realizar as atividades ao ar livre e em meio a natureza foram melhorando com o tempo. Os pais têm relatos importantes de mudança muito positivas quanto ao senso de responsabilidade dos jovens com seus pertences, na participação em tarefas domésticas e no amadurecimento social, assim como professores apontam mudanças no convívio com os colegas, na proatividade e liderança.
Dentro do Grupo Escoteiro, a convivência envolve a dinâmica de aceitação das diferenças e interação saudável entre os jovens. Eles são agrupados em pequenas unidades funcionais de seis a oito jovens (matilhas e/ou patrulhas), tanto mantilhas, quanto patrulhas são pequenas equipes autônomas que convivem com as outras equipes nos jogos e atividade. Nessas ações a equipe acaba por fazer interagirem as diferenças, levando-os a superar as diferenças em prol do melhor desempenho dessa unidade. A superação dos preconceitos e o conceito de que se deve ajudar os menos capacitados em prol da evolução da equipe faz com que os jovens superem as diferenças. Naturalmente nessas interações as vezes, surgem atritos, mas os chefes recebem capacitação que possibilita contornar essas situações, acalmando os ânimos e os transformando em experiências positivas. Qualquer animosidade maior é tratada com cuidado, porque as crianças conhecem as regras e sabem que devem respeitá-las. Vale ressaltar que a igualdade de gênero, é prezada dentro do grupo, afinal o que importa dentro do grupo é a dedicação.
Dentro desse desenvolvimento do jovem como cidadão o Escotismo leva-o a realizar ações sociais. No 3° Artigo da lei escoteira diz que: “O Escoteiro está sempre alerta para ajudar o próximo e praticar diariamente uma boa ação” e no 5° Artigo diz que: “O Escoteiro é Cortês”. Ajudar o próximo é uma das tarefas mais importantes do Escotismo. O respeito por si e pelos os seus semelhantes, vai mais além, quando diz que se deve ser ativo em praticar boas ações, assim o Grupo Escoteiro realiza coleta de brinquedos e doa para crianças carentes ou organiza a coleta de lixo em trilhas ecológicas. Nessa filosofia de aprender fazendo, segue ensinado os jovens a preservarem o ambiente, e também praticando ações que geram bem-estar ao próximo.
É importante as cidades manterem Grupos Escoteiros ativos, porque ensinam a praticar o Civismo, o respeito à Pátria e o amor aos símbolos nacionais, às pessoas e ao meio ambiente.
O escotismo faz o jovem entender que antes de pedir tem que doar e que doar-se é uma atitude digna e honrosa. O 9° Artigo da Lei Escoteira diz que.
“O escoteiro é econômico e respeita o bem alheio”. Isto implica em, usar com prudência e economia os bens de consumo, com respeito pelos recursos naturais do planeta. Respeitar o bem alheio é não passar do limite das suas poses e de seus direitos, não causando prejuízo ao próximo e ainda defendendo o bem que é comum. A promessa escoteira dá o tom do cidadão útil a sociedade e feliz consigo mesmo, pois o escoteiro não espera receber benesses sem as ter merecido, antes é incentivado a retribuir bem-estar e depois aproveitar a felicidade de ser uma pessoa honrada e honesta. Este é o cidadão útil para a construção de uma sociedade mais justa, proativa, o tipo de cidadão que é protagonista do seu progresso e não aquele que espera desfrutar apenas dos seus direitos sem nem mesmo considerar os seus deveres. Veja-se o que diz a Promessa Escoteira e assim entenderemos que deste meio provirão cidadãos compromissados com a melhora do meio social: “Prometo pela minha honra fazer o melhor possível para cumprir os meus deveres para com Deus e minha Pátria, ajudar o próximo em toda e qualquer ocasião e obedecer a Lei Escoteira”.
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