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Quando nós usamos a crase?


Ela é pequena, quase um símbolo. Amiga de uns, inimiga de outros. Causa um nó na mente e parece um bicho de sete cabeças. Ela é fusão de duas letras em uma só. É aplicação rara é confundida. Mas é necessária, sem ela teríamos uma baita confusão.

A língua Portuguesa é considerada uma das mais difíceis de ser aprendida no mundo, por conta da quantidade de regras e empregações que possui. Entre todas as regras possuímos uma que é quase um símbolo e tem grande representatividade na formação de frases do gênero feminino, a crase. A crase é definida como a fusão de duas vogais idênticas em uma só. É a junção da preposição “a” como o artigo “a”.

Antes de continuarmos falando de como a crase é empregada, é preciso ressaltar que preposição se classifica como palavra gramatical invariável, que liga dois termos de uma frase, estabelecendo relações entre elas. E artigos são palavras que acompanham os substantivos, indicando o número (singular ou plural) e o seu gênero (masculino ou feminino). Podem ser classificados como artigos definidos (o/a/os/as) e indefinidos (um/uma/uns/umas).

É obrigatório o emprego de sinal de crase: em locuções adverbiais (conjunto de duas ou mais palavras que tem valor de advérbio, que é a palavra que indica as circunstâncias que que se faz a ação verbal) femininas quando indicam tempo (Ex: O evento será realizado às 20 horas); na indicação de lugar (Ex: Fui à padaria no domingo); quando indicam modo (Ex: O escritório estava às avessas); em locuções prepositivas e conjuntivas, quando a “locução” significa a junção de dois ou mais termos que juntos possuem a mesma função (Ex: Foi melhorando seu desempenho escolar à medida que o tempo corria – perceba que a locução conjuntiva compõe-se de: à + palavra feminina + conjunção “que”, onde a finalidade é ligar as duas orações).

Casos em que a crase é proibida: com palavra masculina mesmo contendo o artigo “a” antes dos substantivo (Ex: Aquela loja vende a prazo); Com pronomes pessoais e demonstrativos, por não admitirem o acompanhamento do artigo “a” (Ex: não contarei a ela o seu segredo), nesse caso o “a” se classifica como preposição, pois quem conta, conta algo a alguém; No “a”, na forma singular, antes de palavras no plural (Ex: o texto se refere a ideias inovadoras); Antes de verbos (Ex: As moças foram convidadas a dançar com rapazes desconhecidos); Entre palavras repetidas (Ex: o casal estava frente a frente/fazemos muitas tarefas em nosso dia a dia); Com a palavra “casa” e com nomes de cidade, quando não houvessem especificações (Ex: Naquela noite fomos a casa de Maria / Iremos a Fortaleza, perceba que não se especifica a casa a que fomos ou a cidade de que se faz.

Situações em que o uso da crase é opcional: com pronomes femininos (Ex: O convite foi feito à/a Amanda); Com pronomes possessivos, que expressa a ideia de posse (Ex: Ela agradeceu à/a minha tia); com a palavra até (Ex: Ela foi dirigindo até à/a avenida).

A crase, parece um desafio e tanto, mas uma dica é válida, quando você estiver da dúvida sobre o emprego do sinal, busque um sinônimo/equivalente masculino (Ex: Ela vai à cidade no final de semana/Ela vai ao museu no final de semana), analise que o verbo “vai” exige acompanhamento da preposição “a”, porque quem vai, vai a algum lugar, por isso a forma “ao” antecede museu. Nesse contexto quando a palavra masculina foi precedida por ao, significa que a equivalência feminina será precedida pela crase.


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