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Câncer infantojuvenil: uma doença familiar


O diagnóstico que ninguém quer receber na vida adulta também pode chegar na infância ou na adolescência. E quando ele chega pode afetar mais pessoas do que imaginamos. O câncer infantojuvenil já responde por 8% das causas de morte entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos. Felizmente, o tratamento obteve progressos significativos nos últimos 40 anos e cerca de 80% das crianças e jovens acometidos da doença já podem ser curados.

Os tumores mais frequentes durante a infância e adolescência, ao contrário dos adultos, têm natureza embrionária, ou seja, são constituídos de células indiferenciadas. Isso significa que enquanto os adultos geralmente adquirem a doença em função de fatores relacionados ao estilo de vida (a exemplo do tabagismo ou do consumo de álcool), as crianças desenvolvem cânceres que afetam as células do sistema sanguíneo e tecidos de sustentação. Por isso, os tumores mais frequentes nessa fase da vida são as leucemias (que afetam os glóbulos brancos), aqueles que atingem o sistema nervoso central e os linfomas (sistema linfático).

Dados do INCRA estimam 12.500 novos casos por ano no Brasil, mas ainda não existem evidências científicas que apontem qualquer associação entre a doença e fatores ambientais. Isso faz com que qualquer trabalho preventivo se torne uma perspectiva para o futuro e os maiores esforços atuais sejam direcionados para o diagnóstico precoce e orientação terapêutica de qualidade.

Uma das dificuldades do diagnóstico é que os sinais de alerta estão relacionados a doenças comuns na infância. Sua manifestação pode não ser muito diferente de outras doenças normais da idade, mas sem tanta gravidade, o que torna fundamental que haja conhecimento sobre a doença por parte da equipe médica que acompanha a criança. Nas leucemias, por exemplo, a criança apresenta maior propensão a infecções, palidez, sangramentos e sentir dores ósseas; outros tumores como o retinoblastoma podem apresentar embranquecimento da pupila quando exposta à luz, fotofobia ou estrabismo (normalmente antes dos três anos); tumores de Wilms, que afetam os rins, podem ser identificados pelo aumento do volume ou surgimento de massa no abdômem; tumores sólidos podem se manifestar através de formação de massa visível ou não e causar dor nos membros; enquanto os tumores do sistema nervoso central apresentam sintomas como dores de cabeça, vômitos, alterações motoras, alterações de comportamento e paralisia de nervos.

O tratamento exige mais do que uma sala decorada com super-heróis. Ele começa no diagnóstico correto, realizado em laboratório, com estudo de imagens e biópsia. Atualmente é possível evitar cirurgias que debilitem a criança ou o jovem, mantendo uma boa chance de cura. Tudo, no entanto, depende do diagnóstico precoce.

O tratamento dado à família também deve ser integral, pois a cura depende também do bem-estar e qualidade de vida da criança. O suporte familiar deve ocorrer desde o início do tratamento e se estender pelo tempo que for necessário.


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