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HPV: por que é tão importante vacinar?


     O HPV é a infecção sexualmente transmissível mais comum do mundo e causa desde pequenos incômodos, como verrugas nas áreas genitais, até complicações mais graves, como alguns tipos de câncer. Uma das melhores formas de prevenir a doença é a vacina, que está disponível desde 2014 e deve ser tomada preferencialmente antes do início da vida sexual. Por isso, é importante que os pais procurem atualizar a carteira de vacinação de seus filhos o quanto antes.

 

O HPV (da sigla em inglês para Human papillomavirus) é uma infecção sexualmente transmissível causada pelo Papilomavírus Humano, que é altamente infeccioso e facilmente transmitido por meio da relação sexual sem preservativo ou até mesmo através do beijo, pois ele infecta pele ou mucosas (oral, genital ou anal).

 

     Os sintomas de HPV podem demorar entre e meses e anos para se manifestar, dependendo de como está o sistema imunológico da pessoa infectada. Como muitos casos não apresentam sinais nem sintomas, a confirmação se dá apenas através de exame específico.

 

No entanto, mesmo estando assintomática, a pessoa pode continuar transmitindo o vírus para seus parceiros.

 

      A maioria das infecções por HPV não causa nenhum sintoma e desaparece sozinha, mas ele também pode provocar pequenos incômodos, como verrugas na região genital e no ânus, que causam coceira ou irritação em casos mais leves. No entanto, existem mais de 100 tipos de HPV, dos quais pelo menos 14 são cancerígenos (também conhecidos como tipos de alto risco).

     O HPV é um dos maiores responsáveis pelos casos de câncer de colo de útero, por exemplo, mas também pode causar câncer de boca, ânus, vulva, vagina, pênis e cervical, entre os quais o mais comum é o de colo de útero. O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima que, a cada hora, uma mulher morre dessa doença no Brasil.

 

Em 2020, foram 16.710 novos casos da doença no país. Esse é terceiro tipo de câncer mais comum entre as mulheres e o quarto em números de mortes. Em Santa Catarina, a taxa de mortalidade pela doença é, em média, de 5,12%.

 

Vacina do HPV

 

     A vacina contra o HPV está disponível no Brasil desde 2014 e é uma das principais formas de prevenção – além do uso de preservativos durante o ato sexual. A vacina protege contra os tipos 6, 11, 16 e 18 do vírus. Os dois primeiros causam verrugas genitais e os dois últimos são responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer do colo do útero.

 

     Segundo Chaiane Natividade de Souza Gonçalves, responsável pela divisão de imunização da Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (DIVE/SC), a implantação da vacina contra o HPV no Brasil foi gradativa e oferecida na rotina de vacinação das unidades de saúde do SUS.

 

     Inicialmente, o foco foram as meninas de 11 a 13 anos e, em 2015, a vacina foi ampliada para as meninas de 9 a 13 anos. A partir de 2017, o Ministério estendeu a vacina para meninas até 14 anos – faixa etária atual – e introduziu meninos de 11 a 14 anos no calendário de vacinação. Além disso, foram incluídos os imunossuprimidos, ou seja, pessoas que estejam fazendo algum tipo de tratamento para doenças autoimunes.

 

 Em 2021, o Ministério da Saúde aumentou para 45 anos a idade das mulheres com imunossupressão, vivendo com HIV/AIDS, transplantadas e portadoras de cânceres que devem ser vacinadas.

 

     No entanto, as adolescentes continuam sendo o foco maior do programa de vacinação contra o HPV, já que a vacina é mais eficaz quando administrada antes da exposição a qualquer variação do vírus, ou seja, preferencialmente antes do início da vida sexual. Além disso, as consequências das doenças causadas pelo HPV são mais graves entre as mulheres – por isso o esforço maior inicial em vacinar as meninas.

      A importância do imunizante é grande, pois permite eliminar a maioria dos casos de tumor de colo de útero. Isso foi comprovado através de um estudo feito no Reino Unido e que foi publicado em novembro de 2021 na revista científica The Lancet – uma das mais antigas e conhecidas revistas médicas do mundo. Segundo os cientistas, a vacinação pode diminuir em até 87% o número de casos de câncer de colo de útero.

 

  O movimento de prevenção tem crescido cada vez mais. Durante a campanha de 2021 do Outubro Rosa contra o câncer de mama, por exemplo, as autoridades também incluíram a importância de se fazer exames preventivos para detectar o HPV no organismo das mulheres.   

 

De acordo com as informações divulgadas pela DIVE/SC, atualmente, a vacina HPV para meninos é utilizada como estratégia de saúde pública em seis países além do Brasil. São eles Estados Unidos, Austrália, Áustria, Israel, Porto Rico e Panamá. O objetivo é proteger contra os cânceres de pênis, garganta e ânus, doenças que estão diretamente relacionadas ao vírus.

 

O que fazer em caso de suspeita

 

Em geral, o primeiro sintoma aparente é uma pequena ferida ou coceira, tanto em homens quanto em mulheres. Em ambos os casos, é importante sempre buscar a ajuda médica de um especialista (Urologista e Ginecologista, respectivamente).

 

No caso dos homens, as feridas aparecem em lugares mais superficiais dos órgãos genitais e ânus, e o diagnóstico pode ser confirmado através do exame de Peniscopia. No caso das mulheres, é preciso investigar não só as áreas mais aparentes dos genitais, mas também o colo do útero através do exame de Papanicolau e Colposcopia. 

 

Exames complementares de sangue também são importantes para identificar o vírus e a quantidade de carga viral presente no organismo.

 

Faixa etária para vacinação 

 

O Programa Nacional de Imunizações (PNI) oferece a vacina do HPV para:

*Meninas de 9 a 14 anos
*Meninos de 11 a 14 anos
*Mulheres imunossuprimidas de 9 a 45 anos
*Homens imunossuprimidos de 9 a 26 anos

 

Principais sintomas 

 

*Vermelhidão local
*Ardor no local da verruga
*Coceira na região genital
*Formação de placas com verrugas, quando a carga viral é elevada
*Presença de lesões nos lábios, bochechas ou garganta

 

 

Ligia Rabay
li.rabay@gmail.com

 


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