Cadastre-se para continuar lendo as matérias da Revista Êxito.

Não precisa ser criança para ter medo de dentista. Também não precisa ser criança para aproveitar os benefícios da sedação consciente com óxido nitroso, uma combinação de gases segura e eficaz para reduzir e controlar a ansiedade e o medo dos pacientes. Em Videira, a técnica é realizada pela cirurgiã dentista Gabriela Bianchini de Souza (CRO-SC 20411).

O uso do óxido nitroso na área odontológica data de 1844, quando o dentista Horace Wells fez um experimento que descobriu suas propriedades anestésicas e analgésicas. Antes dele, o químico Joseph Pristley havia descoberto o elemento em 1771 sem imaginar a importância que teria para a medicina. Apesar de seu uso não ser muito popular no Brasil, outros países o utilizam amplamente nas áreas médica e odontológica com excelente histórico de segurança.

"Incolor, não irritante e com baixa solubilidade, o óxido nitroso não sofre metabolização, ou seja não se modifica ao entrar em nossas vias aéreas. Por isso, não produz efeitos colaterais de relevância e é rapidamente eliminado com a expiração", explica Gabriela.

Associações como a Associação Brasileira de Odontopediatria, American Society of Anestesiologist e American Dental Association of Pediatric Dentisy reconhecem-na como uma técnica segura, eficaz e importante para reduzir e controlar a ansiedade e o medo dos pacientes potencialmente colaboradores, melhorando seu atendimento e a relação entre paciente e profissional. 

Através da sedação controlada, induz-se o paciente a ter uma depressão mínima da consciência, mesmo que permaneça acordado, com respiração normal e espontânea. O paciente ainda responde normalmente aos comandos físicos e verbais.

Como funciona

Gabriela explica que o paciente deve estar deitado na cadeira onde será posicionada uma máscara nasal da qual sai o oxigênio e em seguida uma mistura de oxigênio e óxido nitroso. Na mistura, a proporção de óxido nitroso em relação ao oxigênio regula o nível de sedação.

A máscara não é removida do paciente até o término do tratamento, mas a partir do momento em que o paciente atingiu o nível desejado de sedação, reduziu o grau de ansiedade, pode-se manter o fluxo de gases em nível constante. Cabe ao profissional regular o nível desejado de sedação de acordo com a necessidade de cada paciente.

Vantagens

- Aumenta o limiar da dor e a tolerância para todos os tipos de procedimentos;
- Não precisa de injeção;
- Segurança;
- Quase não apresenta efeitos colaterais;
- Não afeta os órgãos, o cérebro ou o sistema cardiovascular;
- Tem efeito analgésico;
- Ação rápida (2 a 3 minutos);
- Rápida recuperação (3 a 5 minutos).

De acordo com Gabriela, o paciente permanece relaxado diante da situação, o que reduz consideravelmente as queixas sobre desconforto com o procedimento. A resposta positiva ao tratamento também permite que o retorno para as consultas posteriores seja mais tranquilo.

"A técnica pode ser utilizada para o tratamento rotineiro de pacientes odontopediátricos para diminuir os níveis de ansiedade na sequência das consultas e influencia o comportamento decisivamente. Para além das crianças, também é indicada para pacientes com histórico prévio de experiências traumáticas, psicológicas ou físicas causadas por experiências negativas anteriores", esclarece.

Com indicação para todos os procedimentos, desde os mais simples como limpezas, até cirurgias mais extensas, é seguro para pacientes com necessidades especiais e não recomendado para pacientes com graves desordens psicológicas, doenças respiratórias (respiradores bucais e obstrução nasal), com obstrução intestinal, enfisema pulmonar, bronquite crônica, asma não controlada e gestantes.

Para realizar a sedação, os profissionais devem ser habilitados na técnica e registrados no CRO de seus respectivos estados. Mas antes de aproveitar seus benefícios, cabe ao cirurgião dentista realizar uma boa anamnese e uma relação de confiança com a família.