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Convivendo com a asma


As doenças respiratórias atingem cerca de 50% da população brasileira e elas agravam-se com a chegada das baixas temperaturas do outono e do inverno. Uma das doenças mais lembradas quando o assunto é sistema respiratório é a asma, ela acomete crianças e adultos no mundo todo. A asma é uma doença crônica, que pode e deve ser tratada a partir do diagnóstico de um especialista. Vem conhecer conosco a doença, seus sintomas, causas e tratamentos. 

Quando você pensa em asma, deve lembrar de algum filme onde um personagem aparece apertando insistentemente uma bombinha quando fica nervoso, mas fujamos dos clichês e informações incorretas, você sabe o que é a asma e como a prevenir? 

A asma é uma doença das vias aéreas que atinge cerca de 20 milhões de brasileiros. Classifica-se como uma doença inflamatória crônica das vias aéreas. Durante uma crise os brônquios inflamam-se e reduzem a passagem de ar. Ela é uma doença variável e reversível espontaneamente ou com tratamento.

A classificação da gravidade da asma é realizada pelo médico especialista e considera a análise clínica e laboratorial do estado do paciente. Determinar essa gravidade auxilia o médico na indicação do melhor tratamento. Ela é classificada atualmente em três tipos, pelo seu controle e pela sua gravidade, sendo elas: Controlada (Não existe limitação às atividades, nem sintomas diurnos e noturnos, nem o uso de medicação de alívio, como a bombinha); Parcialmente Controlada (Quando ocorre uma a duas vezes no mês havendo limitação nas atividades, além de sintomas diurnos e noturnos assim como utilização de medicação de alívio); Não Controlada (Ocorre três ou mais vezes no mês havendo limitação em atividades, assim como sintomas diurnos e noturnos e uso da medicação de alívio). Levando em conta a classificação quanto à gravidade existe a asma de difícil controle, quando há dificuldade para controlar os sintomas mesmo com doses corretas da medicação. 

Em cada pessoa a asma age de forma diferente. É preciso estar ciente dos gatilhos que geram as crises da doença entendendo o que causam os ataques e tentando reduzir a exposição a esses agentes, buscando o tratamento adequado. Conheça alguns dos gatilhos mais comuns: Substâncias e agentes alérgenos; alergias alimentares; indução por exercício; asma ocupacional; asma noturna; mudanças de temperatura; medicamentos. 

Os fatores de risco da asma são associados a condições genéticas, histórico de alergias, obesidade, baixo peso no nascimento, hábitos da mãe na gravidez e refluxo gastroesofágico. 

Parte das pessoas que tem asma fica longos períodos sem sintomas específicos, tendo as crises apenas quando exposto à algum agente. Já outras tem a deficiência quase cronicamente com alguns episódios mais graves em determinados períodos. Os ataques podem durar minutos a dias e podem se tornar perigosos se o fluxo de ar estiver muito restrito. Os principais sintomas são chiado, falta de ar e aperto no peito, incluindo tosse com ou sem produção de escarro; repuxar a pele entre as costelas durante a respiração; deficiência respiratória que piora com exercício ou atividade. Outro sintomas podem ser: respiração ofegante, padrão de respiração anormal, respiração que para temporariamente, dor no peito, aperto no tórax. 

É preciso ficar atento a situações de emergência como: lábios e rosto de cor azulada, nível de agilidade diminuído com sonolência grave ou confusão durante o ataque, extrema dificuldade em respirar, pulsação rápida, ansiedade grave devido à deficiência respiratória, sudorese e chiado audível. Nesses casos é necessário buscar ajuda médica imediatamente. 

As medicações de uso contínuo servem para minimizar a sensibilidade e a inflamação às quais os brônquios estão sujeitos, fazendo com que os pulmões reajam  com menos intensidade aos agentes irritantes. Pessoas que não realizam o tratamento de forma adequada acabam deixando cicatrizes em seus brônquios o que pode tornar o quadro irreversível. Os tratamentos mais indicados para a asma são: 

Medicamentos contínuos: para saber qual o medicamento perfeito para o seu perfil, é preciso avaliar idade, sintomas, gatilhos e assim testar o que funcionará melhor para manter a doença sob controle. Em longo prazo os medicamentos preventivos de controle reduzem a inflamação nas vias aéreas, impedindo que os sintomas iniciem. 

Broncodilatadores: servem para aliviar as crises. Como durante uma crise os brônquios impedem  a entrada de ar nos pulmões esses medicamentos servem justamente para relaxar a musculatura dos brônquios  permitindo que o ar entre nos pulmões novamente. Esse medicamento tem início de ação rápida gerando alívio imediato. Existem broncodilatadores de curta duração e de longa duração, porém nenhum deles age como tratamento preventivo. 

Existem outros tipos de medicamentos, que devem ser receitados por um especialista de acordo com a necessidade e gravidade da asma. 

A asma pode ser desafiadora e estressante. Você pode sentir-se limitado ou desgastado e até mesmo constrangido com os sintomas da doença. A maneira mais eficaz de superar essa sensação de impotência é entender essas condições e tomar controle do tratamento. O que pode ajudar é diminuir o ritmo  fazendo as tarefas de forma pausada e evitando atividades que incitem os sintomas,  conversar com outras pessoas que passam por essa situação e possam compartilhar experiências, evitar os gatilhos tomando medidas para reduzir essa exposição, fazer exercícios que fortaleçam seu coração e pulmões e controlar doenças relacionadas como a alergia e refluxo, por exemplo. 

Apesar de não haver cura para a asma, existe controle. Não é incomum que os sintomas sumam por anos. Com gerenciamento e tratamento adequando a maioria dos asmáticos leva uma vida normal. 

Como a asma é uma doença crônica não há como ser prevenida uma vez que é uma inflamação sem causa aparente. Porém é possível prevenir as crises e ter uma qualidade de vida maior, fazendo teste para alergias realizados para detectar o agente causador da asma; tratando não apenas a crise, mas a doença em si, mesmo na ausência de sintomas, vale ressaltar que o uso irregular dos medicamentos que controlam a asma é uma das causas mais comuns da crise; garantindo boas doses de vitamina D, pois estudos apontam que a deficiência desse importante nutriente pode aumentar os riscos de doenças pulmonares. Fique atento à higiene da sua casa para que ela não acumule mofo, pelos de animais, insetos, ácaros e poeira; evite cheiros fortes, produtos com cheiros fortes podem deixar sua casa perfumada, mas são perigosos quando o assunto é asma, se não puder evitar os produtos opte por versões que não possuem aroma; invista na vacina da gripe, pois os vírus causadores de infecções respiratórias (em que está inserido o vírus da gripe) também inflama as vias aéreas e podem causar crises de asma, dessa forma tomar a vacina pode ajudar a controlar a doença. Procure entrar em forma, pois existem evidências claras de que pessoas asmáticas com obesidade conseguiram controlar melhor a asma ao perder peso e tome cuidado com os pets, lembrando que se o contato com eles não lhe faz bem é aconselhável não tê-los em sua casa e se não houver outra opção evite que eles entrem em seu quarto. Agasalhe-se, um ambiente externo com ar frio pode gerar reações no sistema respiratório, por isso saia sempre bem agasalhado para não ficar exposto às baixas de temperatura; Por fim, evite o cigarro, o hábito de fumar favorece a evolução de alergias respiratórias e asma.


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