Coça, coça sem parar
Ela é um dos tipos mais comuns de alergia, caracterizada por um eczema atópico na região cutânea. Parece difícil? Mas é muito simples. Estamos falando de dermatite atópica, aquela alergia de pele que causa o famoso “grosseirão” e que normalmente vem e vai, vai e volta, mas independente de quando surge sempre incomoda!
Há quem diga que dermatite atópica é uma doença genética. As modificações nos nossos cromossomos podem ocorrer por inúmeros fatores, desde hereditários até movido por interferências ambientais. Entre as doenças genéticas mais comuns estão as Síndrome de Down, a anemia falciforme, a diabetes, alguns tipos de câncer e o daltonismo. Mas ainda não há consenso sobre sua origem e nem mesmo existe uma cura para este tipo de alergia. Há quem defenda que a causa genética está ligada às causas da asma ou rinite alérgica. Entretanto como a manifestação clínica é variável, nem todas as pessoas apresentam estes quadros. Também há quem diga que provenha de uma combinação entre a pele seca e irritável com o mau funcionamento do sistema imunológico do corpo.
O que temos, porém são formas de amenizar seus sintomas e tratamentos que podem ser feitos ao longo da vida toda. É certo que alguns fatores de risco contribuem para o desenvolvimento da dermatite atópica como: a alergia ao pólen, a mofo, a ácaros ou animais; contato com materiais ásperos; a exposição a irritantes ambientais, fragrâncias ou corantes adicionados a loções ou sabonetes, detergentes e produtos de limpeza em geral; roupas de lã e tecidos sintéticos; baixa umidade do ar, frio intenso, calor e transpiração; infecções; estresse emocional e certos alimentos. Algumas pesquisas relacionam o consumo de alimentos transgênicos ao maior número de casos de alergias e outras doenças.
A principal característica da doença é uma pele muito seca, com prurido que leva a ferimentos, áreas esfoladas causadas por coceira, alterações na cor, vermelhidão ou inflamação da pele ao redor das bolhas, áreas espessas ou parecida com couro que podem surgir após a irritação e ainda coceiras prolongas. A coceira intensa e o ato de coçar pode deixar a lesão ainda mais irritada e pruriginosa, bem como causar ferimentos maiores, capazes de facilitar a invasão e contaminação por bactérias.
O quadro inflamatório da pele pode apresentar intervalos de meses ou anos entre as crises. Didaticamente, a doença é dividida em três estágios sendo: fase infantil (dos 3 meses aos 2 anos de idade); fase pré-puberal (dos 2 anos aos 12 anos) e fase adulta (a partir dos 12 anos). Na maioria dos casos o tratamento busca aliviar a coceira, reduzir a inflamação da pele e prevenir as reaparições. Já que a pele fica ressecada, a base do tratamento é o uso de hidratantes, aliviando a coceira, bem como prevenir o contato com alergênicos ambientais como poeira, pólen, sabonetes com perfumes, produtos de limpeza e tabaco. Banhos quentes também estão fora da lista de coisas permitidas quando a alergia se manifesta.
Uso de anti-histamínicos por via oral também ajuda a evitar a coceira, mas somente pode ser receitado pela equipe médica, já que pode causar sonolência. Casos mais graves podem precisar de medicações que incluam corticoides e imunossupressores. Além disso, a ação médica é essencial já que a dermatite pode estar ligada a outras doenças como rinite, sinusite, asma e até pneumonias de repetição.
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