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Entenda seu estresse


Epa, não vamos romantizar o estresse! A proposta do momento é pensar friamente sobre esse companheiro do dia a dia para tentar conviver com ele de uma forma menos exaustiva. As orientações são da Dra. Elizabeth Frates, especializada em medicina do estilo de vida e conselheira docente do Lifestyle Medicine Interest Group da Harvard Medical School. Para nossa alegria, Dra. Frates preza por uma abordagem simples e poderosa.

Você já se sentiu uma sobrecarga tão intensa que chegou a acreditar que não podia mais suportar? E neste momento, chegou a se perguntar como voltar ao normal quando este estresse te levou à angústia? Antes de responder, vamos voltar ao básico.

Para a Dra. Frates, o estresse é um estado de tensão ou tensão mental ou emocional que resulta de circunstâncias adversas ou muito exigentes. Mas ele também pode escalar para a angústia, um estado de extrema ansiedade, tristeza ou dor. Então o estresse sempre é ruim e deve ser evitado? Não. O estado de estresse é uma resposta natural do organismo às situações que exigem defesa pela sobrevivência, ou seja, se fosse sempre mal talvez nem eu e nem você estaríamos aqui agora e a história da vida humana certamente seria encurtada em bons milênios. Os pesquisadores já defendem a existência de um estresse positivo (eustress), um estado de estresse psicológico moderado ou normal, benéfico a quem experimenta. eustress

Como na maioria das coisas, o que vai fazer mal nessa equação entre estresse e saúde é a frequência. E segundo Dra. Frates é possível encontrar um ponto ideal de estresse que não seja prejudicial e te ajude a ir além, ou ainda um fluxo que oriente a situação estressante para algo positivo. Para a pesquisadora, o fluxo de estresse pode ser representado em um gráfico cujo eixo x se refere ao nível de habilidade e o eixo y indica o nível do desafio. Se o nível de habilidade estiver muito baixo e o desafio muito grande, acabaremos em um cenário de ansiedade elevada. Por outro lado, se o desafio for muito baixo para as habilidades, logo ficaremos entediados e desmotivados. Nada disso vai levar à produtividade ou estimular a criatividade no trabalho.

Entretanto, isto será possível ao combinar os dois eixos para criar um fluxo ascendente e positivo, em que a evolução das habilidades está de acordo com o nível dos desafios. Os profissionais que trabalham assim, seja em qual nível for, serão mais felizes, energizados e focados na tarefa que têm em mãos. Para a Dra. Frates, o fluxo é como o estresse positivo, suficiente para manter o trabalhador envolvido e motivado, mas não o suficiente para deixá-lo ansioso. 

3 dicas para encontrar o fluxo de estresse positivo

1 - Busque oportunidades para usar seus pontos fortes em projetos que correspondam ao seu nível de habilidade. Conhecer a si mesmo e ter clara noção do que você consegue realizar é um passo importante para sua carreira e seus planos para o futuro.

2 - Quando o desafio for muito grande, busque o equilíbrio. Você pode diminuir o nível de desafio solicitando mais prazo para realizar suas tarefas, por exemplo. Ou ainda aumentar o nível de habilidades delegando tarefas aos seus colegas de equipe. Mas se isso não for possível, organize-se. Divida seu desafio em tarefas menores dentro de um cronograma executável.

3 - Pense no fluxo como seu aliado. É ele que vai te ajudar a não se sobrecarregar e surtar ao longo do processo. E como seu aliado, procure mantê-lo sempre. Ao notar que está ansioso ou com dificuldades, volte ao item 2. 

Teoricamente, terminaríamos aqui. Na prática, as tensões podem nos levar a extremos e apenas o fluxo, sozinho, não será capaz de reduzir seu estresse o suficiente para evitar que fale algo ou tome alguma atitude e se arrependa mais tarde. Além disso, ainda temos que responder como voltar ao normal quando o estresse for insuportável. Quando os ânimos aflorarem, siga estas sugestões:

- Respire fundo. Inspire contando até cinco, deixando sua barriga se expandir, e expire contando até cinco;

- Se estiver em grupo, incentive a fazer uma pausa e voltar ao tema mais tarde;

- Se ninguém aceitar, faça uma pausa você mesmo. Peça licença, vá ao banheiro, beba uma água, dê a si mesmo um tempo para respirar e reorientar sua mente;

- Ocupe seu cérebro contando até 10. Ao fazer seu cérebro pensar em outra coisa que não seja no reflexo à situação perturbadora, você recupera o controle das emoções.

Se você está enfrentando muito estresse, vale a pena descobrir e experimentar diferentes técnicas para gerenciá-lo no local de trabalho ou em casa. Algumas podem incluir exercícios de respiração, ioga, meditação, entre outras. Uma das dicas da Dra. Frates é conhecer o programa de Redução de Stress baseado em Mindfulness (MBSR), desenvolvido pelo Dr. Jon Kabat Zinn, na Universidade de Massachusetts em 1979. A proposta se baseia no desenvolvimento de técnicas de mindfulness (atenção plena) e outras abordagens psicoeducativas para gerenciar o estresse e regular emoções. eustress pausa

De acordo com o MBSR, não existe um jeito certo ou errado de reduzir o estresse com base na atenção plena: tudo o que você precisa é respirar. O ponto principal para conseguir só respirar neste mundo que nos exige ser multitarefa é se concentrar na respiração, assim, sua mente transfere o foco para o ar que está entrando no nariz e enchendo seus pulmões, e para o ar que sai deles, passa pela garganta e pela boca. Ouvir cada respiração, sentir o ar entrar pelo nariz e pensar no fluxo de ar ajuda a se manter concentrado, mas também ajuda a entender algo mais.

A técnica ajuda a reconhecer o espaço que existe entre o estímulo e a resposta. Um espaço que pode ser aumentado caso o estresse seja muito elevado. Um espaço que mostra, especialmente, que nem sempre precisamos reagir imediatamente diante de uma situação ruim. Podemos pensar e responder depois. Podemos ser pacientes e conviver com o estresse de uma forma mais saudável.

 


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