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A idade chegou, a vacina também


Manter a saúde em dia é a chave para viver mais e melhor. Importante em qualquer idade, a vacinação se torna ainda mais preciosa para os idosos, pois seu sistema imunológico está mais suscetível a infecções, câncer e doenças autoimunes, além de cobrar o preço por todos os descuidos da juventude e da vida adulta. Com as vacinas nos holofotes, vale a pena aproveitar a onda das doses contra a Covid-19 e buscar por outros imunizantes para evitar outras doenças.

O corpo dos idosos é repleto de particularidades. Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), o envelhecimento é "um processo sequencial, individual, acumulativo, irreversível, universal, não patológico, de deterioração de um organismo maduro, próprio a todos os membros de uma espécie, de maneira que o tempo o torne menos capaz de fazer frente ao estresse do meio ambiente". Ou seja, é um processo natural de diminuição progressiva da reserva funcional do indivíduo (um movimento chamado de senescência), que não costuma provocar quaisquer problemas em condições normais. Ele trará consequências apenas em condições de sobrecarga como doenças, acidentes e estresse emocional. 

A musculação tradicional não é a única forma de ganhar força

Manter um estilo de vida mais ativo é uma das principais maneiras de minimizar os efeitos do envelhecimento sobre o corpo e ter uma velhice que requer menos assistência. Isso porque o corpo se torna mais rígido com o avançar da idade, ficando mais travado pelo envelhecimento muscular, dos tendões e articulações, o que pode favorecer as quedas, as dores e os problemas articulares. Com a flexibilidade e a mobilidade comprometidas, exercícios regulares de alongamento podem ajudar muito a favorecer o tônus muscular e dar força sem recorrer à academia.

Embora a musculação tradicional seja um meio de ganhar força, ela não é a única alternativa. Felizmente, quem não gosta da ideia de ir para uma academia já pode contar com outras opções, sempre orientadas por um profissional. Antes de começar a praticar, é importante passar por uma boa avaliação clínica para iniciar um programa de treinamento adequado às necessidades do indivíduo e bastante seguro. Mas se engana quem imagina que os idosos devem se restringir aos exercícios leves. Segundo os especialistas, recomenda-se começar de maneira leve e evoluir com os exercícios até atingir mais intensidade. Exercícios aeróbicos, como correr, nadar e pular corda, podem ser feitos de 3 a 7 dias, variando entre 20 e 60 minutos diários, com acompanhamento.

As vacinas previnem doenças perigosas em todas as idades

Para ganhar força muscular, recomenda-se a caminhada. Um exercício acessível, que promove o convívio social, fortalece os músculos e articulações e melhora o ritmo cardíaco. Porém, nada impede que outras atividades sejam buscadas como a musculação, a natação, a hidroginástica, o ciclismo, a yoga e o pilates.

Outras atividades

Outros exercícios indicados para a terceira idade entendem que o nível de desenvolvimento dos idosos varia de pessoa para pessoa. Alguém que praticou exercícios durante toda a vida adulta dificilmente vai se contentar com uma caminhada quando a idade chegar. Logo, já existem profissionais habilitados para trabalhar outras modalidades.

É o caso da calistenia, um método de treino com uso do peso corporal, sem aparelhos, halteres ou anilhas. Com exercícios simples como flexões de braços, agachamentos e prancha abdominal, até os mais complexos com uso de barras e argolas, o treinamento vai depender do que o idoso busca e de qual é a sua condição física atual. Quem também ganhou adeptos dessa faixa etária é o crossfit, visto como uma forma de trabalhar o condicionamento físico e não apenas a força ou um conjunto isolado de músculos. 

Vacinas em dia

Manter a saúde dos idosos em dia também significa não descuidar da vacinação. Com o sistema imunológico mais suscetível a infecções e outras doenças, ocorre também uma redução da resposta vacinal. Enquanto a maioria dos idosos já se encaminha para a terceira dose da vacina contra a Covid-19, vale a pena pegar este gancho para lembrar das outras vacinas que previnem doenças perigosas para a faixa etária. 

É o caso da vacina da gripe, disponível na rede pública de saúde e também na rede privada. Embora sua evolução seja normalmente benigna, é possível ter complicações para indivíduos com condições delicadas nos pulmões, doenças renais, imunodeficiência, etc., evoluindo para uma pneumonia viral ou bacteriana.

Na rede privada, pode-se encontrar a vacina para a pneumonia. Uma não, três! Existe a vacina polissacarídica 23 valente (VPP23), que atua contra 23 tipos da bactéria causadora da doença; a penumocócica conjugada 13-valente (VPC13), que age contra 13 tipos; e a penumocícuca conjugada 10-valente (VPC10), que age contra 10 tipos. As mais indicadas para os idosos são as duas primeiras, por sua maior abrangência no combate ao pneumococo (a bactéria responsável pela pneumonia e meningite em adultos), que está entre as principais causas de risco de complicações e morte em todas as faixas etárias ao redor do mundo.

Perder a carteirinha não significa tomar todas as vacinas de novo

Outra vacina importante para evitar complicações é contra a hepatite. Esta doença silenciosa pode não apresentar sintomas por um longo período, enquanto inflama o fígado disfarçando-se em menifestações de cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômito, dor abdominal, etc. Em adultos e idosos, a hepatite A pode ser grave e silenciosa. Entretanto, pode ser prevenida!

Com o aumento da expectativa de vida, também cresce a frequência com que idosos desenvolvem herpes zoster, conhecida como cobreiro, uma doença causada pela reativação do vírus da catapora. Aí você pergunta: mas esta não é uma "doença de criança" daquelas que só pegamos uma vez na vida? Bom, o vírus é o mesmo. A diferença é que ele fica alojado na coluna espinhal e pode ficar inativo ou em estado latente e ser reativado depois dos 50 anos, sem motivo aparente. Hipoteticamente, sua reativação ocorre durante tratamentos de quioterapia e radioterapia, por doenças debilitantes ou períodos de estresse intenso. Apesar de se manifestar uma vez e desaparecer em poucas semanas, pode provocar complicações graves em pessoas com mais de 60 anos, causando a incapacidade para realizar tarefas normais, pneumonia, problemas de audição e visão, e até a morte em casos muito graves que ocorrem depois dos 80 anos, em que não houve tratamento. Na maioria dos casos, o diagnóstico é feito em tempo e tratado adequadamente. A vacina é indicada depois do 50 anos.

Na onda do retorno das doenças da infância, a vacina tríplice bacteriana do tipo adulto (difteria, tétano e coqueluche) também tem seu reforço indicado para a terceira idade, com intervalo a cada 10 anos. Revisar a carteirinha de vacinação na velhice é importante para manter o sistema imunológico em alta e não correr o risco de contrair alguma doença evitável. Com os índices de cobertura vacinal caindo desde 2015 no Brasil, quando a cobertura das principais vacinas ultrapassava os 90%, tudo o que podemos fazer é continuar em alerta e aproveitar a imunização contra a Covid-19 para colocar todas as doses em dia.

Se você perdeu a sua carteirinha, não significa que terá que tomar todas as vacinas mais uma vez. Quem nasceu antes de 2015 (como nós), tem a maior parte das vacinas registradas em arquivos manuais, que podem ter sua busca dificultada. Caso tenha se vacinado no município em que vive atualmente, pode-se tentar localizar os registros de vacinação junto ao serviço público ou privada onde tomou. Mas se foi em um município diferente, faça uma solicitação na Secretaria de Saúde de origem. De 2016 em diante, todas as doses das vacinas passaram a ser registradas no sistema de informações oficial do Ministério da Saúde. E se não tiver sucesso encontrando seus registros anteriores, a vacinação com os imunizantes recomendados para a sua faixa etária é a mais indicada.

Cobertura vacinal no Brasil, por ano

vacina idoso

   Conheça mais no link: https://pp.nexojornal.com.br/Dados/2021/06/08/A-diminui%C3%A7%C3%A3o-da-cobertura-vacinal-no-Brasil-nos-%C3%BAltimos-anos

 

 


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