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Quem sorri também mastiga


Todo mundo a conhece. Alguns dizem que ela deve ser feita 33 vezes, outro 25 vezes, outro 21 vezes a cada refeição. Se for bem praticada durante 21 dias, torna-se hábito. Faz parte do sistema digestivo. Ajuda no emagrecimento e traz inúmeros benefício à dentição. Além de ser uma boa aliada do metabolismo. Alguns a classificam como a função de maior importância no sistema estomatognático. Existe uma maneira correta de executá-la? Descubra os tabus relacionado à mastigação. 

A mastigação é classificada como a função mais importante do sistema estomatognático e é a fase inicial do processo digestivo que começa pela boca e se realizada de maneira inadequada, pode causar diversos problemas. 

De acordo com a Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, o padrão ideal de mastigação é bilateral. Pode ser simultânea ou alternada, com movimentos verticais e de rotação da mandíbula. A mastigação correta beneficia o tônus muscular da boca e da língua, a saúde dos dentes e o bom funcionamento do sistema digestivo. Além disso a boa mastigação previne alterações na arcada dentária, distúrbios da Articulação Temporomandibular (ATM) que podem causar dores crônicas de cabeça, fragmenta os alimentos de maneira correta o que auxilia na digestão e aumenta a sensação de saciedade. 

Existem alguns motivos que levam alguém a mastigar incorretamente, seja a correria do dia a dia, stress, problemas odontológicos, distúrbios na ATM, fraqueza dos músculos responsáveis pela mastigação, alterações morfológicas como cicatrizes nos lábios. Além de todas essas condições, alterações respiratórias como a rinite e o desvio de septo, que causam a obstrução nasal e exigem que a respiração seja feita pela boca, também causam má mastigação. 

Os dentes executam uma função de extrema importância no processo de mastigação: Os dentes incisivos cortam os alimentos na fase de incisão da mastigação, quando a elevação da mandíbula apreende e corta o alimento entre os dentes incisivos centrais, inferiores e superiores. Fazem parte de 5 a 10% do tempo da mastigação; Os dentes pré-molares trituram a comida, transformando as partes grandes dos alimentos em partes menores. Consistem 65 a 70% do tempo de mastigação; Os dentes molares: pulverizam o bolo alimentar, quando as partículas pequenas transformam-se em elementos muito reduzidos. Fazem parte de 25 a 30% do tempo da mastigação.

A língua ajuda a lateralizar os alimentos, já a mandíbula precisa de um movimento vertical e circular e a mastigação deve ser alternada, não se deve mastigar só de um lado o tempo todo. A língua, as bochechas e os lábios são responsáveis pela escolha, transporte e distribuição de partículas maiores de alimento nas superfícies dos dentes. Esse desempenho depende da qualidade e consistência do alimento. Os movimentos mandibulares são tridimensionais.

Nas crianças, o desenvolvimento da mastigação começa desde o primeiro dia de vida com a amamentação. A força que o bebê realiza para sugar o leite, trabalha o tônus muscular e é um importante estímulo para o desenvolvimento ósseo e para a futura mastigação. Quando se facilita a alimentação da criança na primeira infância mantendo por um tempo prolongado a dieta pastosa, pode gerar consequências graves no futuro, pois desequilibra o tônus muscular das estruturas moles, como o lábio, língua e bochechas. Esse desequilíbrio pode levar a uma deformação na arcada dentária (mordida aberta ou cruzada) e pode colaborar para uma alteração na formação da face (no caso de disposições genéticas), além de levar a criança a ter problemas relacionados a fala, como a incapacidade de articular alguns fonemas.

Nos adultos a mastigação incorreta pode gerar desequilíbrio, com consequências diretamente ligadas a ATM, da qual as funções dependem do equilíbrio e da relação de força entre vários músculos. Uma condição desfavorável ao trabalho desta articulação por tempo prolongado pode levar a um quadro de inflamação articular e a pessoa pode sentir dor localizada durante a mastigação e dores irradiadas de cabeça, cervicais e de ouvido, nesses casos a presença de estalos e ruídos durante a mastigação ou zumbido nos ouvidos. Outra consequência para os adultos é a má digestão que pode causar desconforto após as refeições com sensação de estômago muito cheio, dores abdominais, sonolência, arrotos, enjoos e até vômitos. Quando a mastigação é realizada de forma correta, a produção de saliva é mais eficiente e ajuda a formar um bolo alimentar mais coeso e fácil de ser deglutido. Quando isso não ocorre, nós precisamos do auxílio de líquidos como água, refrigerantes e sucos para ajudar a empurrar a comida, o que colabora na má digestão.

Para a saciedade é mais importante que o bolo alimentar seja mantido sobre os dentes de trituração, o que aumenta a pressão interoclusal. A força mastigatória ativa os receptores dos ligamentos periodontais que enviam informações a um centro de saciedade do cérebro. Ao comermos rápido demais  é impossível realizar a mastigação de forma correta, dessa forma a força mastigatória é menor ou inexistente, não há estímulo dos ligamentos periodontais e os receptores de saciedade não são ativados.

A manutenção do equilíbrio muscular das partes moles do sistema mastigatório é importante durante toda a vida, para que futuros distúrbios sejam prevenidos que podem surgir após a terceira idade. A dificuldade de mastigar, seja por falta de dentes, por problemas com a prótese dentária ou fraqueza dos músculos da boca podem levar à desnutrição.

Para identificar uma mastigação ineficiente, é primordial que se dê atenção ao próprio bolo alimentar. Pedaços muito grandes de alimentos, desconforto ou necessidade de utilização do líquido na hora de engolir, são sinais importantes de que a função não está sendo realizada corretamente. Outro fator importante é o desconforto ou dor durante a mastigação na região das bochechas ou da ATM. Estalos ou ruídos nos ouvidos também são sinais de que algo está errado. Um exercício bem simples para fortalecer a musculatura envolvida na mastigação é fazer uma vitamina de frutas bem grossa, e tomá-la com um canudinho bem fino, de duas a três vezes por semana. Este procedimento exige força muscular dos lábios, da língua e das bochechas ao mesmo tempo. Outra dica muito simples é procurar consumir alimentos menos cozidos como cenoura, beterraba, pepino ou brócolis para exigir mais da musculatura mastigatória.

Fique atento à algumas dicas de boa mastigação:

•Coloque quantidades de alimento na boca, que permitam uma mastigação confortável;

•Ao mastigar preste atenção em qual lado está a comida, quando engolir essa porção coloque a próxima do outro lado;

•É possível ter alimento dos dois lados da boca ao mesmo tempo. O importante é que a língua sempre deve direcionar o bolo alimentar para a superfície dos dentes correspondentes: pedaços maiores nos pré-molares e à medida que eles vão ficando menores, jogados aos molares;

• A mastigação deve começar com movimentos verticais da mandíbula, que abre e fecha. A partir da metade do tempo da mastigação, os movimentos devem ser rotatórios para pulverizar o alimento.

A mastigação é de extrema importância, não a negligencie. Ela não serve apenas para favorecer o emagrecimento e não é só o primeiro passo para alimentar o corpo. Ela faz com que nossa arcada dentária, também esteja de acordo. Nossos dentes que servem como cartão de visita no sorriso, também são de extrema importância ao mastigar!


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