Permitir Cookies

Este site utiliza cookies para melhorar a experiência do usuário. Veja nossa Política de Privacidade


Saudação à aspirina


Dores de cabeça acompanham a vida e a carreira de João Cabral de melo Neto, um dos mais influentes nomes da poesia brasileira. Não por acaso, o poeta que primava pelo alto rigor e pouco uso de sentimentos dedicou um de seus poemas à aspirina. Creio que sabia que a enxaqueca atinge uma parte considerável da população brasileira, mas talvez não pudesse prever que a OMS a incluiria no rol de doenças mais incapacitantes. Enxaqueca é coisa séria!

Maisa sofre de enxaqueca. A patologia apareceu como legenda de uma das fotos no Instagram da atriz e apresentadora e acendeu uma luz nos portais de notícias para justificar a ocorrência em uma adolescente. Ela afeta 15% da população brasileira, ou cerca de 31 milhões de pessoas em geral na faixa dos 25 a 45 anos. Entre as mulheres, chega a ter uma prevalência até 25% maior do que entre os homens, segundo o Ministério da Saúde, mas tende a diminuir depois dos 50. Em crianças por sua vez, ocorre em 3% a 10% da população.

Cientificamente falando, a palavra enxaqueca significa dor em uma das partes das cabeça, mesmo que saibamos que possa ser generalizada. Ela também pode ser definida como uma doença neurológica (uma sensação desagradável causada por uma lesão do sistema nervoso, que pode ocorrer como uma sensação de queimadura, sensação perfurante ou de dormência) que caracteriza pela dor unilateral, pulsátil com intensidade moderada e severa. Seus sintomas podem ser variados, mas normalmente ocorrem como náuseas, vômitos, diminuição da libido, aversão a claridade, cheiros e barulhos intenso, e até agressividade. Não é à toa que João Cabral de Melo Neto passava seus dias em casa, com as janelas fechadas, ouvindo apenas radio, pois considerava a televisão muito barulhenta. Em adultos, a condição de enxaqueca pode durar de 4 a 72 hora, enquanto duram de 2 a 15 horas em crianças e adolescentes menores de 15 anos.

Mecanismos químicos do nosso organismo sofrem de fatores genéticos, hormonais ambientais ou comportamentais para liberar serotonina (que atua como neurotransmissor, vasoconstritor e regulador da atividade dos músculos lisos, tais como vasos sanguíneos, bexigam útero e do trato gastrointestinal), noradrenalina (precursor de adrenalina), dopamina (neurotransmissor conhecido como neurotransmissor do prazer e cuja ausência provoca doença de Parkinson) e oxido nítrico (neurotransmissor) o ainda estimular gânglios neurais. Alguns estudos sugerem que a enxaqueca prove de distúrbios cerebrais genéticos associados ao gene transportador da serotonina, cuja função é controlar a dilatação e constipação dos casos sanguíneos.

Mas além do processo fisiológico, ela também pode se manifestar em decorrência de sintomas psicológicos, neurofisiológicos ou comportamentais. Assim, de modo geral, os fatores que mais aparecem como desencadeantes da enxaqueca nas pesquisas são: estresse, sono, exercícios físicos, alimentação, genética, hormônios, menstruação, estímulos sensoriais e ambientais, exposição ao frio, calor, umidade e cheiros.

 

O QUE EVITAR

Enquanto a relação entre o ciclo menstrual e a enxaqueca fica para outra matéria, existem fatores nutricionais apontados como prováveis deflagradores da enxaqueca. As bebidas alcoólicas têm os maiores índices de associação com a enxaqueca, principalmente quando falamos em vinho tinto e cerveja. Isto ocorre em função da contração de histamina, que tem uma poderosa ação vasodilatadora como resposta imunológica aos alergênicos. A cerveja, por sua vez, ainda possui outra substancia capaz de influenciar a vasodilatação chamada de tiramina. Estas substâncias também são encontradas na clara de ovo, alguns peixes, morango, tomates e frutas cítricas.

No vinho, tal como nos chocolates, pode-se encontrar outro neurotransmissor chamado de feniletilamina, conhecido como hormônio da paixão, cuja molécula é similar à anfetamina. Nos chocolates ainda são encontrados compostos químicos que alteram o fluxo sanguíneo cerebral e liberam noradrenalina pelos neurônios.

 

 

DESENCADEIAM A ENXAQUECA / FONTES ALIMENTARES

Adoçantes artificiais (Aspartame): Chicletes, produtos diet e light

Álcool: Bebidas alcoólicas

Feniletilamina: Chocolate, queijo envelhecido, vinho tinto

Cafeína: Café, chás e chocolates

Glutamato Monossódico: Comida chinesa, temperos prontos, Alimentos industrializados e embutidos

Histamina: Queijos fermentados, alimentos fermentados, salsichas, atum, anchovas, sardinhas em conserva

Nitratos e nitritos: Carnes curadas, embutidos

Octopamina e aminas fenólicas: Frutas cítricas, bananas, ameixa, figos, passas e abacate

Tiramina: Queijo cheddar, queijo camembert, levedo e cerveja, peixe em conserva, vinho tinto, vagens, café

Laticínios: Sorvete, queijos

Ácido oleico e linoleico: Alimentos fritos e gordurosos.


Matérias Relacionadas
COMENTÁRIOS

Permitir Cookies

Este site utiliza cookies para melhorar a experiência do usuário. Veja nossa Política de Privacidade