Lixo que se transforma em esperança
Nosso ecossistema tem pago pela nossa irresponsabilidade. Os mares e oceanos tem estados cheios de lixo que prejudicam o desenvolvimento da vida marinha e a preservação dos recursos naturais. As iniciativas a cerca da recuperação do ecossistema têm sido muito debatidas por ambientalistas e o futuro parece bem incerto. E quando a reciclagem e preservação que já são ações do bem, contribuem para realizar um trabalho que beneficia o próximo? O coração se enche de esperança.
A sustentabilidade tem sido uma das palavras de ordem do século. Ela abordou maneiras práticas de como se deve agir em relação a natureza. Pode ser aplicada a um grupo, assim como ao mundo inteiro. Ela é dividida em três princípios básicos: social, ambiental e econômico, sem esses três pilares bem alinhados ela não se sustenta. A sustentabilidade é alcançada através do Desenvolvimento Sustentável, definido como: o que satisfaz a necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem suas próprias necessidades.
A grande quantidade de lixo nos oceanos é um problema de origem global que afeta as pessoas, a vida marinha e de forma forte todo o ecossistema. De acordo com a ONU, todo ano, mais de 8 milhões de toneladas de plástico vão parar nos oceanos. Se nada for feito até 2050 teremos mais toneladas de plástico do que peixes nos mares.
Pensando em resolver esse problema através do recolhimento e reciclagem do plástico encontrado nos oceanos e ainda dar um passo além pensando em ajudar o próximo casal Laura e Chris Moriarity fundaram em casa o “Million Waves Project”, uma instituição/organização sem fins lucrativos, que além de reciclar o plástico retirado dos oceanos, os recicla e cria próteses ecológicas de membros em 3D para pessoas carentes de todo o mundo. Eles nunca haviam realizado experimentos com plástico oceânico nem expertises com próteses, mas mesmo assim fundaram o projeto pequeno para ajudar apenas uma criança expandiu-se e tornou-se um projeto internacional.
Eles cortam o plástico e o passam em um triturador de papel tendo a matéria prima. A mistura segue para uma impressora 3D para criar forma. Para cada prótese de mão por exemplo, são utilizadas trinta garrafas plásticas e ela demora vinte e quatro horas para ficar pronta. As pessoas para quem são doadas as próteses são encontradas através de um aplicativo que conecta as pessoas necessitadas para que assim possam depositar o dispositivo com as medidas exatas da criança, criando uma prótese personalizada.
A matéria prima utilizada no projeto é barata e cada prótese custa em média de 45 a 170 dólares. O Million Waves Project é financiado por doações, patrocínios e venda de chaveiros no site da instituição. Desde que a iniciativa foi lançada doou cerca de 18 próteses para pessoas com deficiência. Laura e Chris tem trabalhado muito para conseguir um triturador de tamanho comercial, para multiplicar sua produção em dez vezes.
Larissa Lucian
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