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Um sonho de canção


A plateia se levanta. Não aquela Plateia que lutou com Atenas nas Guerra Médicas e derrotou os persas, nem mesmo aquela que deriva do latim platea ou do grego plateia hodos e significa rua larga. A plateia que se ergue é o substantivo feminino: um conjunto de espectadores que ocupam um espaço designado. Plateia, o público que canta, pula, grita, se emociona e se permite sentir e extravasar. Aplaude. No palco, os irmãos Arthur Guilherme de Simas Secco e Alessandra de Simas Secco soltam a voz.

 

Apaixonados pela música, os irmãos capinzalenses começaram a cantar assim que tiveram consciência do que suas vozes poderiam fazer. “Eu comecei a cantar aos oito anos e o Arthur começou com três. Há três anos passamos a cantar em dupla, promovendo apresentações culturais. De certa forma, acabei influenciando ele naturalmente, como os irmãos mais velhos influenciam os mais novos. Participei de Festivais da Canção na região e tive bons resultados. Arthur começou em seguida”, conta Alessandra.

O ex-participante do The Voice Kids participou do coral de Capinzal, estudou musicalização infantil, flauta doce e trompete. “Também participei de festivais regionais e fiquei entre os três primeiros colocados diversas vezes. Embora não duvidasse da minha capacidade, não fui eu quem me inscrevi para o The Voice”, diz Arthur. A curiosa história da inscrição foi contada pelo pai Gilberto Secco. “As professoras da escola o inscreveram”, lembra Gilberto, “elas mandaram um vídeo do Arthur gravado em sala de aula. Esse vídeo foi pré-selecionado para uma primeira audição em Porto Alegre. Nós quase não acreditamos no que estava acontecendo! Aguardamos cerca de 60 dias até receber o resultado confirmando a aprovação dele e então fomos ao Rio de Janeiro para as gravações”.

Na capital Arthur escolheu a música, “Será Que Foi Saudade”, de Zezé di Camargo e Luciano para competir nas Audições às cegas e foi surpreendido ao ver que todos os técnicos viraram suas cadeiras, permitindo que escolhesse seu técnico preferido. Já na fase de batalhas, soltou a voz cantando “Tristeza do Jeca” com os colegas de equipe Gustavo Dezani e Kayro Oliveira. A participação de Arthur foi encerrada com a opção das técnicas por Gustavo Dezani.

Aos 11 anos, Arthur conheceu a fama criada pelo show de talentos que virou febre mundial. A franquia The Voice se baseia em um formato de competição semelhante ao The Voice os Holland e se popularizou a partir de 2010. Com várias edições diferentes, é possível encontrar divisões entre os programas direcionadas para competições entre criações e adultos. “Como Alessandra não tinha mais idade para inscrever no The Voice Kids, apenas o Arthur foi competir”, conta Gilberto.

Assim que foi aprovada no programa, o cantor foi homenageado pela Câmara de Vereadores de Capinzal, que lhe concedeu a Moção de Aplausos. Ao final da sessão a dupla se apresentou aos parlamentares com Alessandra ao violão. A comunidade, por sua vez, comemorou a aprovação com uma carreata pelas principais ruas da cidade depois de reunir os amigos e família para assistir ao programa.

A versão brasileira estreou em 2016, permitindo a participação de crianças de 9 a 15 anos de idade, com mentoria dos jurados Carlinhos Brown, Ivete Sangalo e a dupla Vitor e Leo. Para a terceira temporada, porém a cantora Claudia Leitte substituiu a cadeira de Ivete e Simone e Simaria ocuparam o lugar da dupla sertanejo. As coleguinhas foram as escolhidas de Arthur para direcionar sua trajetória na competição. O menino passou pela seletiva de Porto Alegre e pela fase de audição às cegas antes de encarar a batalha quando os técnicos montam trios dentro das equipes para cantar, juntos, a mesma canção. Diferente da fase adulta, o candidato perdedor da batalha não pode voltar a competir por outra equipe. Desde o lançamento, o programa não baixou dos 15 pontos de média geral do IBOPE e alcançou os 18,2 pontos na edição de 2018.

O renome trazido pelo programa global fez com que a dupla explodisse na região. Não é difícil encontra-los nos mais variados eventos, cantando sucessos que projetaram Arthur no programa ou que valorizam a bela voz de Alessandra. A dupla faz grandes shows com banda, shows culturais, feiras, aberturas de shows, apresentações de Natal, entre outros eventos com um repertório extenso. “Muito mais do que subir no palco, queremos levar nossa música e nossa alegria pelo mundo a fora. Queremos ser conhecidos e representar o Oeste catarinense como o celeiro de talentos que é, mostrando o Brasil que construímos através de nossas raízes no sertanejo e é este ritmo que continuaremos a valorizar ao longo da nossa carreira”, explica a cantora de 17 anos.

Mesmo que esteja parcialmente afastada das telas nacionais, a dupla se sente realizada com o reconhecimento do público que vibra, canta e se emociona da plateia. “Estamos muito orgulhosos por trazer essa realização para a família. Uma batalha foi perdida, mas este é só o início da realização do meu grande sonho que é cantar e levar uma mensagem de amor através da música. Temos nosso talento valorizado e também somos uma inspiração para muitas crianças e jovens que nos acompanham. Fizemos shows em escolas e isto é muito gratificante, pois é quando percebemos que podemos servir como exemplo para outras pessoas que poderiam desacreditar do sucesso em função da distância que estamos das capitais. Para eles, dizemos: não deixem de acreditar. Se você tem um sonho, vá atrás e lute por ele!”, finaliza Arthur. 


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