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Aplicativos para smartphones se tornaram uma febre. A onda vinha crescendo ao longo dos anos como o que havia de mais moderno em tecnologia e inovação para o consumidor e recebeu um impulso extra com a pandemia em 2020 (e sua sequência em 2021). Com os serviços fechados, muitos usuários aproveitaram o tempo em casa para fazer download de uma variedade de apps novos com diferentes objetivos. Quem trabalhou para valer mesmo foi a lixeira.

Não adianta negar, você já teve um app para te lembrar de beber água. Uma breve olhadinha nas lojas de apps podem dar uma visão das inúmeras variedades de aplicativos que podem colaborar com o seu dia a dia, melhorar o seu QI, facilitar a aquisição de serviços e etc. As possibilidades são inúmeras. Porém, também são inúmeras as pessoas que desinstalaram os apps com menos de 30 dias de uso ou, pior ainda, com menos de 24 horas de experiência.

De acordo com um levantamento da AppsFlyer, que mede a performance de marketing digital, 57% dos apps são desinstalados com menos  de 30 dias de uso no Brasil. A taxa é uma das maiores do mundo, já que em outros países como EUA, Japão e Coreia, chega a cerca de 40%.  Mas há uma razão. Segundo a pesquisa, as maiores taxas de desinstalação têm uma relação direta com o a capacidade média de armazenamento menor, característica de modelos mais baratos em mercados em desenvolvimento.

Normalmente, 64 GB é um espaço considerado suficiente para atender as principais necessidades do usuário, pois permite instalar diversos apps e armazenar arquivos de mídia. É possível expandir a capacidade com cartões de memória microSD de até 512 GB ou investir mais em modelos com mais memória ainda como é o caso dos aparelhos com 1 TB de armazenamento (cujo preço de lançamento ultrapassa os R$ 5.000). 

O Android costuma notificar o usuário quando o espaço de armazenamento é insuficiente, mesmo que ainda haja espaço na memória, pois o sistema é interrompido ao atingir o máximo da memória. Normalmente é nessa hora que saímos deletando fotos, vídeos, memes, gifs, arquivos, documentos e apps para liberar espaço.

As maiores vítimas foram os apps de jogos, educação e fitness, embora nenhum segmento tenha ficado imune. Aplicativos de compras tiveram taxa de desinstalação de 30% em 2020, enquanto os de finanças chegaram a quase 40%. Para piorar a situação, o levantamento da AppsFlyer também apontou que 45% das desinstalações aconteceram em menos de 24 horas. Em termos monetários, a perda média anual no orçamento de marketing com a desinstalação dos apps pode chegar a R$ 4 milhões.

E mesmo que a sua empresa nem tenha tudo isso de faturamento,  vale a pena se questionar se aquilo que o seu app vai oferecer poderia ser promovido de outra forma, talvez até mais efetiva. Também é preciso incluir na ponta do lápis os seus investimentos em divulgação do app, afinal, as chances de descoberta orgânica de apps na loja é quase inexistente e obviamente não será o suficiente para suprir a demanda. Na dúvida, consulte o seu próprio smartphone e faça uma análise sobre os seus hábitos de consumo: quais apps ainda sobrevivem no seu aparelho?