Permitir Cookies

Este site utiliza cookies para melhorar a experiência do usuário. Veja nossa Política de Privacidade


Carros elétricos: o futuro é agora


Vistos por muitos como uma utopia excêntrica ou como algo para começar a ser analisado com mais seriedade apenas daqui a umas boas décadas no Brasil, os carros elétricos contrariam os prognósticos e estão despertando cada vez mais interesse dos motoristas. Os dados sobre vendas desse tipo de veículo no país são animadores e uma série de medidas vem sendo adotadas para que muito antes do que se imaginava, os automóveis movidos a bateria sejam maioria por aqui.

O valor dos carros elétricos ainda é proibitivo para a maioria dos brasileiros, apesar disso e da crise que assola o país, as vendas de modelos movidos a bateria vêm surpreendendo. Segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), em 2021, houve um aumento nas vendas de 77% em relação ao ano anterior. No total, foram comercializadas 19.745 unidades. Ainda tratando dos números e percentuais obtidos no ano passado, os carros elétricos representaram 2,2% dos licenciamentos de veículos novos no Brasil, o que corresponde a 35.000 unidades. 

Já em 2022, levando em conta os dados até abril, foram 12.976 unidades comercializadas, contra 7.290 no primeiro quadrimestre de 2021.

 

Vantagens de ter um carro elétrico

Apesar do valor ainda ser elevado, os carros elétricos chegam a ser 80% mais econômicos que um modelo que faça entre 10 e 12km/l com gasolina.

O custo da manutenção é outro ponto que joga a favor dos veículos elétricos, pois possuem uma concepção bem mais simples e duradoura que os movidos a combustão interna. Seus componentes como cabeçotes, carburador, câmbio, embreagem, válvulas, sistema de escape, injeção de combustível etc., são bem menos sujeitos a quebras ou mesmo a manutenções periódicas.

Além da economia, também vale destacar que uso de carros elétricos promove a  redução de impacto ambiental causado pelos combustíveis tradicionais.

 

Incentivos

Como já citado na matéria, o valor elevado dos carros movidos a bateria atravanca uma procura ainda maior dos brasileiros (o modelo mais barato custa atualmente cerca de R$ 140 mil), mas isso pode estar prestes a mudar, pois o Senado quer  expandir o mercado de veículos elétricos no Brasil. Há  projetos que preveem isenção de impostos para eletrificados, fomento a construção de postos de recarga e restrição de venda para carros que utilizam combustíveis fósseis

Em março, deputados e senadores dispostos a pavimentar o caminho para a popularização dos carros elétricos no Brasil, criaram a Frente Parlamentar Mista da Eletromobilidade. No dia do lançamento da frente, o senador Izalci Lucas (PSDB-DF) destacou que o Brasil já está atrasado em relação à Europa na substituição dos motores a combustão pelos elétricos

Uma das propostas defendidas pelos parlamentares a favor dos carros movidos a bateria é a de isenção do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) por até cinco anos. A ideia foi elaborada pelo senador Telmário Mota (Pros-RR), que destaca em seu projeto os benefícios ambientais e econômicos dos veículos elétricos. O político também elaborou um projeto que restringe automóveis movidos a combustíveis fósseis. A ideia é que a comercialização destes seja reduzida de forma gradual até a interdição total a partir de 2060. 

Já o senador Ciro Nogueira (PP-PI) é ainda mais incisivo e tem uma proposta de começar a proibir de forma gradual os automóveis movidos a combustíveis fósseis a partir de 2030 e impossibilitar totalmente a partir de 2040.

Outro projeto que pode ajudar na consolidação do mercado de carros elétricos no Brasil, é o do senador Irajá (PSD-TO) que defende a redução do Imposto de Importação sobre os carros que vêm do exterior. 

 

Pontos de recarga

De acordo com a ABVE, existem apenas 1.250 pontos de recarga no país, sendo que 47% deles estão em São Paulo, porém esse número tende a crescer brevemente e também se expandir mais por outros estados.

Além de criar incentivos para que a frota de elétrico no Brasil aumente, é preciso ter estrutura para abastecimento e manutenção desses veículos. O PL (Projeto de Lei), elaborado pelo senador Jaques Wagner (PT-BA), cria regras para consolidação da infraestrutura de recarga, além de incentivar a substituição dos automóveis. Além disso, diversas iniciativas do setor privado demonstram interesse em criar pontos para abastecimento.

A Vibra, ex-BR Distribuidora e licenciada da marca Petrobras inaugurou em julho, o seu primeiro eletroposto para recarga de veículos elétricos. O ponto de recarga foi criado no posto Petrobras Arco Iris, na cidade de Roseira (SP), no km 82 da Via Dutra, e permitirá que a maioria dos carros com essa tecnologia chegue ao Rio de Janeiro sem a necessidade de uma nova recarga.

A Vibra pretende instalar no Brasil, 70 eletropostos até o fim de 2023 em sete estados das regiões sul e sudeste, além de Brasília, sendo 50 deles instalados em rodovias, o que motivará ainda mais os motoristas a adquirirem um carro elétrico, já que um dos impeditivos é o fato de não haver muitos pontos de recarga nas estradas.

Atenta ao mercado brasileiro, a Shell já inaugurou seu primeiro eletroposto na cidade de São Paulo e anunciou que até março de 2023, terá 35 pontos de recarga para carros elétricos espalhados pelo Brasil. Em termos globais, a empresa possui planos bem robustos, como operar 500.000 pontos de carga até 2025 e 2.500.000 até 2030 no mundo inteiro. Atualmente, a Shell afirma que inaugura um novo ponto de recarga a cada 20 minutos.

 

Prédios novos terão pontos recarga

Outra medida que já vem sendo adotada em algumas cidades para impulsionar que motoristas adquiram um carro elétrico, é a exigência de que os prédios que forem construídos a partir de uma determinada data, tenham que ter um sistema de recarga. Em São Paulo, essa lei já está em vigor desde o final de março deste ano.

Porém, mesmo onde ainda não é obrigatório, corretores imobiliários relatam que os prédios que estão sendo construídos com carregadores para carros elétricos têm despertado mais atenção dos futuros compradores.

 

Fábricas de carros elétricos no Brasil

Uma outra forma de baratear os custos dos carros elétricos é ter fábricas no Brasil. Por enquanto há três grandes se instalando por aqui, mas especialistas acreditam que com o cenário positivo que está sendo verificado, em breve, outras gigantes queiram vir para cá.

Localizada em Toledo, no Paraná, no parque Industrial Biopark, a Movi Eletric (montadora brasiliense), que produz mini veículos elétricos categoria L6e, está operando desde o ano passado.

Os veículos de Movi Eletric são uma ótima opção especialmente para o deslocamento de grandes metrópoles.  Possuem autonomia de 150km  e chegam a 50km/h. São três modelos: um para dois passageiros, um com uma caçamba e o terceiro com um baú para colocação de utensílios ou ferramentas.

Com previsão de começar a operar ainda este ano no Brasil, a Great Wall Motors (maior fabricante de veículos elétricos sem participação estatal da China) comprou a antiga fábrica da Mercedes-Benz em Iracemápolis, São Paulo e tem planos ambiciosos de produzir até 20 mil unidades por ano.

A Bravo Motor, uma montadora de veículos argentina, está se instalando em Nova Lima, Minas Gerais, onde além de carros elétricos, fabricará também baterias. A expectativa é de gerar 10 mil empregos. O investimento total deverá chegar a 25 bilhões de reais. A produção deverá começar em 2023

 

Carros elétricos mais vendidos este ano no Brasil

1. Volvo XC40 Recharge 

2. Renault Kangoo Van e-Tech 

3. Volvo C40  Recharge 

4. JAC E-JS1 

5. Mini Cooper S E 

6. Nissan Leaf 

7. Renault Zoe 

8. Fiat 500e 

9. Citroën ë-Jumpy 

10. Porsche Taycan 

11. JAC E-JS4 

12. Audi e-Tron 

13. Peugeot e-Expert 

14. BMW i3 

15. BYD Tan 

16. BMW iX 

17. BYD ET3 

18. Tesla Model S 

19. Tesla Model Y 

20. JAC E-J7

 

 

 

Marcelo Rio

revista@editoraexito.com.br


Matérias Relacionadas
COMENTÁRIOS

Permitir Cookies

Este site utiliza cookies para melhorar a experiência do usuário. Veja nossa Política de Privacidade