Permitir Cookies

Este site utiliza cookies para melhorar a experiência do usuário. Veja nossa Política de Privacidade


As mulheres no cotidiano


Do sexo frágil à busca por igualdade, a luta das mulheres avança e retrocede diante das armadilhas do século XXI, em que o esvaziamento das pautas parece ser a nova e poderosa arma para desestabilizar movimentos de resistência contra a violência e os abusos.

Comumente ouvimos expressões concernentes às mulheres como "sexo frágil" ou, mais recentemente, "viva a diferença", ou ainda "a difícil igualdade", que emergem como simples referências agasalhadas na presente banalidade do cotidiano. Perante a opinião pública, vista como um objeto de permanente expropriação, exploração e mistificação por parte dos setores que controlam o poder, com o propósito de preservá-lo e conservar inalteradas as suas estruturas, são expressões sem significados maiores.

Esta é a perplexidade do viver no século sem fronteiras, onde a história da luta das mulheres cede espaço ao seu reconhecimento constitucional em sede do Princípio da Isonomia, que prevê que homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos da Constituição. Ora, se por um lado a questão do gênero nos leva às diferenças biológicas, por outro, é fato a ser realçado a grande intelectualidade, capacidade de direção e administração que tem a mulher não apenas nas lutas históricas pela emancipação, por legislações que ampliem sua proteção e coíbam variadas discriminações, mas também por sua referência na ordem familiar. 

Ser mulher é ser guerreira em um mundo onde dominantes e dominados redesenham a engenharia do século repleto de contrastes: da sedimentação do conformismo, das crises políticas, econômicas e existenciais, das discriminações, da interpretação de um tempo que se transforma em um tempo de amor e ódio. Eis a equação binária de ser mulher: ter um tempo para lutar e ainda assistir ao cotidiano de suas relações afetivas, políticas, econômicas, etc.

Mas os desafios não são apenas de ordem teórica, nem se limitam ao círculo mais próximo. As lutas das mulheres devem abraçar todas as demandas trazidas pelo gênero, desde a infância até a terceira idade. Em termos práticos, deve-se atuar no combate à prostituição infantil e à violência doméstica, e ir mais longe para pensar nas mulheres presidiárias e nas unidades femininas que não possuem espaço específico para a população da terceira idade, entre outros eixos que tornam as mulheres vítimas de um sistema.

Segundo o Relatório produzido pela Anistia Internacional "uma em cada três mulheres do planeta será espancada, abusada sexualmente, estuprada, mutilada, assassinada, escravizada ou sofrerá algum outro tipo de violência ao longo de sua vida" ratificando dados ampliados de estatísticas da ONU, OMS e de outras organizações institucionais e da sociedade civil. Mulheres, uni-vos e deixai retumbar o som socializante da procura de mais espaço, mesmo que a consciência de tudo isso se interponha contra as celas do inconsciente coletivo.

 

 

Selma Aragão

revista@editoraexito.com.br


Matérias Relacionadas
COMENTÁRIOS

Permitir Cookies

Este site utiliza cookies para melhorar a experiência do usuário. Veja nossa Política de Privacidade