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Por meio século apresentei “Os Discos do Bolinha” em diversas emissoras de rádio e sempre incentivei rapazes e moças a ocuparem o microfone, pois essa atividade ajudou-me a disfarçar a timidez na juventude. Conto isso para, quem sabe, inspirar outras pessoas a buscarem seus objetivos, pois, lembro do que me falou o Maestro João Carlos Martins, no Theatro Municipal São Paulo: “descubra o que o motiva, se expresse e encontre sua essência”.

Domingo, 23 de outubro de 1966, estreia do programa “Os Discos do Bolinha” pela ZYT-31 Rádio Herval d’Oeste, de Joaçaba. Músicas do Roberto, Erasmo, Ed Wilson, Jair Rodrigues, Jerry Adriani, Wanderléa... os Blue Caps cantaram uma cujo título já antecipava o quanto eles me acompanhariam: “Até o Fim”, versão feita pela Lilian Knapp para “You won’t see me”, de Lennon e McCartney.

E meu programa agora figura na história da Música Popular Brasileira, pois em 1996, antes de apresentar o show de Renato e Seus Blue Caps na AABB Joaçaba, entrevistei Renato Barros, e aquela despretensiosa conversa foi incluída no Livro “Renato Barros - Um Mito! Uma Lenda!”

Escrito pela piracicabana Lucinha Zanetti (nascida em Casa Branca SP), o livro, com mais de 640 páginas, foi lançado em novembro passado. Lucinha transcreveu na íntegra a gravação que lhe mandei em vídeo e a publicou junto da vitoriosa trajetória do Renato, criador e líder da mais antiga banda de rock em atividade no mundo e a que mais gravou versões de músicas dos Beatles. Não a conheço pessoalmente, mas temos em comum a paixão por essas duas bandas maravilhosas e a visita ao Museu dos Beatles, em Canela (RS).

Renato Cosme Vieira de Barros e seus manos Ed Wilson e Paulo Cezar nasceram no bairro de Piedade (RJ) e começaram a gravar em 1961. A mãe, Odila, gaúcha, cantava em programas de auditório da Rádio Nacional e o pai, Ermiro Pereira de Barros, paraibano, era policial civil e ator de cinema.

A Banda acompanhou Jerry Adriani, Wanderléa e Roberto Carlos nos primeiros discos e Renato é um dos compositores favoritos do Rei. Pioneiros do rock numa época difícil, o som mágico de suas guitarras segue embalando gerações, pois eles continuam se apresentando pelo Brasil. Renato & Blue Caps podem não estar na mídia, mas vivem no coração e na mente de todos os que tivemos a ventura, a felicidade de viver plenamente aqueles anos dourados.

Lucinha também postou a entrevista e o show na internet, confira o registro feito pela minha filha Caroline,