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Vinhos de Altitude de Santa Catarina: A Vitivinicultura Brasileira foi contemplada com uma nova e nobre indicação de procedência


Uma nova região vitícola, descoberta e desenvolvida pela Epagri na década de 90, se estabeleceu definitivamente nos locais de altitude no planalto catarinense. A quebra de paradigmas, em relação à viticultura tradicional praticada a muitos anos no estado de Santa Catarina, se deve a utilização de parâmetros que compõem a mais pura noção de terroir, como as particularidades que envolvem o clima local, os solos, as plantas, a paisagem e os fatores humanos responsáveis pela introdução e produção.

A influência do conjunto, clima, solo, planta e homem em uma contemporaneidade vêm a séculos delimitando as diferenças entre regiões e caracterizando as particularidades de seus respectivos vinhos.

Estas características diferenciadas são atestadas oficialmente pelo INPI através de um selo de indicação de procedência, que assegura que os vinhos produzidos nos locais predeterminados por apresentarem características particulares. 

É no sul do Brasil, onde em latitudes elevadas e em locais de altitude próximas a 1000 metros acima do nível do mar, que as condições climáticas particulares retardam o ciclo vegetativo das videiras, favorecendo a obtenção de uma maturação completa e consequentemente matéria prima para elaboração de vinhos diferenciados em relação aos tradicionalmente produzidos, obtendo uma intensa coloração, aromas definidos, um bom volume que constrói a estrutura e corpo diferenciados sem perder o equilíbrio gustativo e a manutenção da acidez. vinicola

A cidade de Videira não poderia ficar de fora desta elite. Faz parte ativamente da IP cultivando as videiras em seus locais mais elevados. Sua representante neste contexto é a Vinicola Santa Augusta, fundada por empresários locais para homenagear seus ancestrais, participando da Associação dos Vinhos de altitude desde sua criação produzindo vinhos nobres de alta qualidade. 

Vários são os requisitos a serem seguidos para obtenção do selo de IP do INPI. Em primeiro lugar eles devem ser produzidos em uma área delimitada que engloba os municípios de Agua Doce, Anitópolis, Alfredo Wagner, Arroio Trinta, Bom Jardim da Serra, Bom Retiro, Brunópolis, Caçador, Campo Belo do Sul, Capão Alto, Curitibanos, Fraiburgo, Frei Rogério, Iomere, Lages, Macieira, Monte Carlo, Painel, Pinheiro Preto, Rancho Queimado, Rio das Antas, São Joaquim, São Jose do Cerrito, Salto Veloso, Tangará, Treze Tilias, Urubici, Urupema, Vargem, Vargem Bonita e Videira.

Entre os contemplados encontram-se 80 viticultores e 22 vinícolas que mantem suas atividades nestes municípios com produção vitícola de uvas viníferas localizada entre 900 e 1400 m acima do nível do mar. 

A gestão do Conselho Regulador da IP aplica um plano de controle para atestar a conformidade dos produtos em relação a produção. Diversos requisitos devem ser cumpridos para que o selo de IP possa ser outorgado. Estas regras compõe um Caderno de Especificações Técnicas que dentre várias regras destaca-se que 100 % das uvas devem ser produzidas na área delimitada como de altitude em Santa Catarina, o que transmite climaticamente características desejadas na produção das uvas e consequentemente nos vinhos oriundos delas. Os sistemas de condução das uvas autorizados para os vinhedos são o tradicional espaldeira e o inovador Ypsilon, ambos com produtividade máxima de 7 mil litros de vinho por hectare por ano. A maturação das uvas das variedades determinadas e aprovadas na IP deve atingir níveis específicos definidos para cada tipo de vinho, os quais só podem ser vinificados nos municípios integrantes da IP.

A maturação das uvas deve atingir níveis específicos para cada vinho

Somente algumas variedades de Vitis viníferas de origem francesase italianas foram aprovadas para fazer parte da IP por apresentarem bons resultados: Aglianico, Cabernet franc, Cabernet sauvignon, Chardonnay, Garganega, Gewruztraminer, Grachetto, Malbec, Marselan, Merlot, Montepulciano, Moscato bianco, Moscato giallo, Nero d’Avola, Petit Verdot, Pignolo, Pinot noir, Rebo, Refosco das pedúnculo rosso, Ribolla giala, Rondinela, Sangiovese, Sauvignon blanc, Sémillon, Syrah, Touriga nacional e Vermentino.

Outra regra muito importante é a obtenção de padrões analíticos qualitativos e avaliação sensorial realizada às cegas visando atingir patamares específicos determinados para a IP. A identificação clara das garrafas através da rotulagem também sege normas especificas afim de facilitar e orientar o consumidor sobre as características dos produtos incluindo um selo de controle numerado exclusivo da IP.

Portanto agora todos os consumidores adoradores de Bacco podem comemorar com procedência atestada. selo

Vinícolas da Região de Altitude de SC:

Vinícola Santa Augusta/Abreu Garcia/Fattoria São Joaquim/Hiragami/Leone di Venezia/Quinta da Neve/Serra do Sol/Terramilia/Thera/Villa Francioni/Villaggio Bassetti/Villaggio Conti/Villaggio Grando/Vinhedos do Monte Agudo/Vinhedos Santo Onofre/Vinícola Morro da Espia/Vinícola Pericó/Vinícola Taipa Mayer/Vinícola Quinta das Araucárias/Vinícola Suzin/Vinícola Vivalti/Vinícola Zanella Back

Jean Pierre Rosier
Eng. Agr. Dr. em Enologia
Pesquisador aposentado da Epagri

 


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