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Projetos inovadores ganham o mercado com apoio


Desde o momento que o ser humano confeccionou o primeiro instrumento para dar suporte em suas atividades, a inovação sempre caminhou ao lado da nossa espécie. Porém, com o passar dos anos o espaço de tempo para o surgimento de algo novo foi se encurtando até chegar nos dias atuais, quando parece ter uma coisa nova a cada dia. Atualmente as novidades da indústria não só aparecem como uma nova notificação no celular, como também são necessárias para qualquer país que tenha como meta o desenvolvimento e crescimento econômico.

Mas o que de fato é inovação em uma sociedade capitalista? A professora do Instituto Metrópole Digital, em Natal, Anna Giselle Ribeiro revela que “inovação é a exploração com sucesso de novas ideias”, ou seja, "colocar algo novo no mercado, mas que as pessoas de fato comprem e use”, pois do contrário seria apenas “invenção”. Então deve se ter em mente a importância de fazer alguma diferença na vida do consumidor.

 

 

O brasileiro é um povo inovador,

porém o Brasil nem tanto

 

 

E para o indivíduo também é preciso estar atento para acompanhar as mudanças no mundo contemporâneo, pois o fluxo de novidades cobra essa necessidade. “Vivemos em uma era de mudanças e em uma velocidade nunca vista igual. A inovação é indispensável para quem quer acompanhar essas mudanças e sobreviver em um mercado tecnológico e escalável”, destacou Anna Giselle.

 

 

Muito potencial e pouco investimentos

 

 

A professora Anna Gisele destaca que “o brasileiro é um povo inovador, porém o Brasil nem tanto”. Ela não se refere a fatores como a ausência de recursos naturais, porém o que falta é uma sinergia entre a academia, governo e mercado. Segundo a professora, nesse aspecto “estamos caminhando a passos lentos”. Gisele destaca que os grandes polos de inovação do mundo, como o Vale do Silício, tem ao seu lado grandes universidades como Stanford e diversos incentivos governamentais.

Anna Giselle comenta que a ciência nacional tem muito potencial, entretanto “sofreu uma desaceleração por cortes de investimentos”. Ela ainda lembra que durante a pandemia causada pela Covid-19, "foi comprovada mais uma vez a importância da ciência para a sociedade e o crescimento do país, enquanto não enxergarmos isso vamos ficar anos-luz atrás".

Todavia a professora lembra que para aqueles que persistem “tem grandes chances de sucesso devido ao tamanho do mercado e oportunidades que ainda temos por aqui”. Ela ainda cita algumas iniciativas em solo nacional e que são dignas de destaque em São Paulo, Belo Horizonte, Recife e o próprio Instituto Metrópole Digital, em Natal. “O Brasil se classifica entre os 10 países com maior número de startups "unicórnio", avaliados acima de US$ 1 bi, com uma relação total de 16 unicórnios, você pode achar muito, não é? Mas Israel, um país menor que o nosso tem hoje cerca de 70 unicórnios", finaliza.

Sebrae

O serviço de Apoio à Micro e Pequenas empresas (Sebrae) também cumpre um papel importante no fomento de iniciativas inovadoras pelo Brasil, segundo o gerente de negócios, inovações e tecnologia do Sebrae-RN, David Góis destaque que “as ideias inovadoras são determinantes para que a gente consiga aumentar o nosso PIB estadual”.

Ele também destaca que o Sebrae apoia projetos inovadores por meio de várias ações através das quais os empreendedores podem desenvolver seus negócios como o Agente Local de Inovação (ALI) no qual os empresários encontram um espaço para o desenvolvimento de suas empresas. Outras iniciativas citadas por ele são os editais como o Tecnova, Centelha 1 e Centelha 2 e, mais nacionalmente o Catalise CT, o qual busca “transformar pesquisadores em homens de negócios inovadores, ou seja, criar empresas de base tecnológica e alto valor agregado”, ressalta.

David Góis também ressalta que além da tecnologia a inovação pode se apresentar em diversas outras facetas do processo de produção, “não apenas de forma tecnológica, mas o empresário pode inovar em um novo canal de comunicação, ou um processo de atendimento ao cliente diferenciado, uma venda diferenciada ou até mesmo novas formas de aprendizado e crescimento”, finaliza.

 

 

Além da tecnologia a inovação pode se apresentar

 em outras etapas da produção

 

 

Metrópole Digital

O Instituto Metrópole Digital foi inaugurado em abril de 2011 e como comenta a professora Anna Giselle, “surgiu com o objetivo de fomentar a tecnologia e a inovação no estado”. Ela informa que hoje o IMD é o maior responsável pela formação de profissionais na área de tecnologia no estado e um dos maiores do Brasil.

Como parte da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, o IMD tem um perfil de integração e multidisciplinaridade e sua atuação atende desde o ensino fundamental até alunos de doutorado e, também, incentiva o empreendedorismo através de uma incubadora de empresas e do parque tecnológico.

Incubadora IMD

Algumas vezes apenas uma ideia inovadora pode não ser a garantia daquele projeto ganhar o mundo e se desenvolver, para isso alguns instrumentos são criados para permitir um período de maturação e apoio desses projetos. Uma incubadora é uma dessas ferramentas. A coordenadora da incubadora do IMD, Íris Linhares Pimenta Gurgel compara com uma incubadora neonatal. “Quando o bebê nasce e não está tão forte o suficiente, o que acontece? Ele vai para um ambiente controlado receber apoio, nutrição e cuidado médico para que saia de lá mais forte”, comparou.

A professora Iris Gurgel ressalta que a importância de “apoiar projetos inovadores é dar a esses empreendedores a oportunidade de tirar a ideia do papel”, disse. Em todo o período de funcionamento da incubadora 142 projetos passaram pela instituição, sendo 44 empresas incubadas e 98 pré-incubadas.

Segundo a professora a incubadora vai completar nove anos agora em junho e ao longo desse período vários projetos foram apoiados pelo espaço. Alguns não chegaram a se graduar, que significa passar todo o período proposto dentro do espaço. Ela revela que contando as empresas graduadas a instituição tem uma taxa de 100% de sucesso, pois todos os negócios que fizeram parte da incubadora e passaram por todo o processo estão hoje em pleno funcionamento no mercado.

 

 

Ferramenta de gestão de estudo com

mais de um milhão de usuários

 

 

A sócia e idealizadora do Planejativo, Tainara Célia, teve a ideia de seu projeto ainda quando estudava para concursos. Ela e seu sócio sentiam a necessidade de uma ferramenta que possibilitasse o planejamento do estudo de forma educativa. O serviço funciona como um espaço para que os estudantes possam melhor construir os seus processos de estudo para o Enem, de forma individualizada e personalizada para o estudante, levando em consideração, por exemplo, o curso que ela pretende ingressar via SISU, o nível de dificuldade das matérias e a rotina de cada estudante.

Além disso a plataforma oferece materiais de apoio catalogados da internet, como canais de Youtube, entre outros conteúdos para o ensino médio e que auxilia para o ENEM. “Mesmo a gente não sendo um cursinho, nós catalogamos esse material que inclusive faz parte do nosso plano gratuito. Então o estudante consegue ter desde o seu cronograma até análise de desempenho”, revela Célia.

Um dos objetivos da plataforma é o protagonismo do aluno e que só precise “sentar e estudar, pois o Planejativo já vai oferecer o cronograma de estudos que ele vai fazer, no dia certo, e a forma que ele vai estudar”, comenta.

Planejativo foi lançado no mercado no final de 2019 e em janeiro de 2020 ele já foi selecionado para a pré-incubação da Inova Metrópole. E a idealizadora da plataforma desta a importância desse momento. “A incubadora foi essencial pra nosso amadurecimento e consolidação no mercado”, disse.

Um momento de grande crescimento da plataforma foi o período pandêmico, no qual muitos dos estudantes precisaram estudar de casa. A plataforma saiu de pouco menos de 40 mil estudantes cadastrados para mais de um milhão e hoje esse número já é de um milhão e trezentos mil entre os usuários dos planos gratuitos e pagos.

Segundo Tainara Célia a empresa tem como objetivo para o futuro, não só a consolidação da solução, mas também a entrada da empresa em um mercado B to B, no qual eles passam a oferecer o serviço e a tecnologia para escolas e empresas, e também entrar para outros tipos de provas como concursos públicos, OAB e vestibulares militares.

 

 

A incubadora de negócios é similar a 

uma incubadora neonatal

 

 

WayABA o sistema que auxilia no tratamento de autismo

Entre os projetos incubados o projeto WayABA já existe há 3 anos no mercado. Ele desenvolve uma solução tecnológica para auxiliar no diagnóstico e tratamento de autismo. A ABA é uma metodologia da psicologia que é comumente usada para compreensão do comportamento de pessoas, sobretudo crianças, diagnosticadas com espectro de autismo. Geralmente essa análise é feita com gráficos e estudos no papel mesmo, e logo após o profissional precisa de dedicar a fazer o levantamento desses dados.

Segundo Assis Barbosa, CEO da WayABA o que a plataforma faz “é disponibilizar um aplicativo para a coleta desses treinos e um sistema web com dezenas de gráficos e análises estatísticas para auxiliar na estratégia de tratamento. Dessa forma o profissional ganha tempo para focar no que de fato importa: a evolução do paciente”, explicou.

Atualmente o projeto está presente em todas as regiões do país e com mais de 50 clientes, impactando a vida de mais de 600 pessoas.

Animações para empresas

Já Andressa Matias é a CEO do Studio Gepetta, um projeto que ficou incubado por quatro anos e hoje já tem sete anos de existência. A empresa desenvolve vídeos explicativos e animados corporativos com motion design. Andressa destaca que “a inovação só é aderida se as pessoas verem os benefícios dos produtos ofertados”, por isso, espaços que atendam com algum respaldo as pequenas empresas é de grande importância para o futuro das mesmas.


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