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As vacinas de mRNA, ou vacinas de RNA mensageiro, são uma categoria inovadora de vacinas que utilizam uma tecnologia genética avançada para estimular o sistema imunológico do corpo a produzir uma resposta protetora contra doenças específicas. Em vez de utilizar vírus vivos enfraquecidos ou mortos, como algumas vacinas tradicionais, as vacinas de mRNA contém uma molécula de RNA mensageiro sintético.

O RNA mensageiro (mRNA) é uma molécula natural que desempenha um papel fundamental na síntese de proteínas no organismo. Ele atua como um mensageiro que transporta informações genéticas do DNA no núcleo de uma célula para os ribossomos, onde as proteínas são produzidas. Nas vacinas de mRNA, o mRNA sintético é projetado para conter informações genéticas específicas de um patógeno, como um vírus.

O processo de desenvolvimento e funcionamento das vacinas de mRNA pode ser dividido em várias etapas:

1. Design do mRNA

 Os cientistas identificam a sequência genética específica do patógeno alvo, como o vírus SARS-CoV-2 responsável pela COVID-19. Eles criam então uma sequência de mRNA sintético que contém essas informações genéticas.

2. Injeção da Vacina

A vacina de mRNA é administrada por meio de uma injeção no músculo, geralmente no braço.

3. Entrada nas Células

Após a injeção, o mRNA entra nas células do corpo. As células humanas reconhecem o mRNA sintético como uma mensagem para produzir uma proteína específica, que neste caso é uma proteína de espícula do vírus SARS-CoV-2.

4. Produção da Proteína Viral

As células começam a utilizar as instruções do mRNA para produzir a proteína de espícula viral. É importante ressaltar que esta proteína não é infecciosa, pois não inclui o vírus completo, apenas uma parte dele.

5. Ativação do Sistema Imunológico

O sistema imunológico do corpo reconhece a proteína de espícula como estranha e inicia uma resposta imunológica. Isso inclui a produção de anticorpos e o treinamento de células T, que são partes essenciais da defesa imunológica.

6. Memória Imunológica

Uma vez que a proteína de espícula foi apresentada ao sistema imunológico, o corpo cria uma "memória" que permite uma resposta mais rápida e eficaz se uma infecção real pelo vírus ocorrer no futuro.

Benefícios das Vacinas de mRNA

As vacinas de mRNA oferecem uma série de vantagens significativas como a alta eficácia na prevenção de doenças, o que resulta em uma redução do risco de infecção, hospitalização e morte. Como vimos com a Covid-19, muitas pessoas foram infectadas pelo vírus depois de tomar a vacina, mas não tiveram sequelas tão graves.

Outro benefício importante é o desenvolvimento muito mais rápido do que os métodos tradicionais e podem ser adaptadas com mais facilidade para lidar com variantes do vírus, o que pode ser extremamente valioso em contextos pandêmicos. E mais do que tudo: elas são seguras! Não contém vírus reais (ou chips chineses), o que as torna seguras para a maioria das pessoas, até aquelas com o sistema imunológico enfraquecido.

Essa tecnologia pode ser aplicada ao desenvolvimento de vacinas para outras doenças infecciosas, como a gripe, HIV e outras infecções virais, e até para doenças autoimunes e intratáveis como anemia falciforme.

Os cientistas

Os vencedores do Prêmio Nobel pela criação das vacinas de mRNA são Katalin Karikó e Drew Weissman, da Universidade da Pensilvânia (EUA). Katalin se fascinou pelo potencial terapêutico do mRNA durante sua pós-graduação na Hungria e não diminuiu apesar dos contratempos como perdas de emprego, rejeição de bolsas de pesquisa e etc. Agora professora-adjunta de neurocirurgia, conheceu Weissman por acaso em 1997, ele formado em imunologia. O conhecimento de ambos se complementou na forma de um estudo inovador sobre os novos imunizantes publicado em 2005. Na época, o estudo teria que enfrentar inúmeros obstáculos para produzir a tecnologia na forma de vacina, incluindo a fabricação de mRNA em grandes quantidades e o refinamento do método. No entanto, este trabalho inicial significou um início brilhante para as vacinas de Covid-19 durante a pandemia.