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Rock and Roll, o filho bastardo (Parte I) - Bolinha Antonio Carlos Pereira


A música Country e o Blues tiveram um filho. Seu nome, Rock’n’Roll. Mas o pai talvez tenha sido o Gospel, o Folk, o Swing. 

Com uma estrutura musical simples, porém rápida, associada a um ritmo dançante e melodias grudentas feito chicletes, utilizando guitarras elétricas, baixo e bateria, além de um vocal caprichado e eventualmente sopros e teclados, ele tem sobrevivido ao tempo e gerado inúmeros filhos.

O termo ganhou diversos significados. Rock significa “pedra”, mas é também “sacudir”, “balançar”. Roll é jogar, rolar. Era usado por marinheiros entre os séculos XVII e XIX para descrever o balanço do navio. Os movimentos para frente, para trás (referido como “Rocking”) e lado a lado (referido como “Rolling”). Nas letras de música virou sinônimo para dançar ou fazer amor.

Até então não havia músicas ou filmes feitos para jovens. Pais e filhos ouviam as mesmas coisas: as big bands de Glenn Miller e Benny Goodman, as baladas de Nat King Cole e Frank Sinatra. Se Elvis Presley não criou o rock, ao menos pode ser considerado quem o apresentou ao mundo. Era o homem certo no momento exato: bonito, talentoso e carismático. Mais importante: era branco, por isso a América conservadora dos anos 50 o aceitou.

Graças a sua crescente popularidade o rock produziu um impacto social único e deixou de ser simplesmente um gênero musical para virar uma espécie de filosofia de vida, que influenciou a moda masculina e feminina, estilos de vida, atitudes e linguagem. E passou a influenciar muitos jovens mundo afora a trilharem um caminho musical. Como John Lennon e Paul McCartney, cujo grupo The Quarrymen, formado em março de 1957, iria se transformar em The Beatles, o maior fenômeno da música.

Os pioneiros foram muitos, como Sister Rosetta Tharpe e Fats Domino, e lembro alguns dos meus favoritos: as bandas Rolling Stones, Pink Floyd, Creedence Clearwater Revival, Queen; os conjuntos instrumentais The Ventures e The Shadows, o grupo vocal The Platters; Chuck Berry, Jerry Lee Lewis, Buddy Holly, Roy Orbison, Bob Dylan, Rita Pavone, Janis Joplin, Suzi Quatro.

Pesquisadores afirmam que o primeiro registro de rock and roll na história teria sido “That’s All Right”, primeira gravação de Elvis Presley em 1954. Mas não podemos ignorar o grande impacto cultural provocado por Bill Haley & Seus Cometas e a gravação, em abril de 1954, de “Rock Around the Clock”. O sucesso só aconteceu no ano seguinte, ao ser incluída na trilha sonora do filme “Sementes da Violência” (Black board Jungle, de Richard Brooks, com Glenn Ford e Sidney Poitier) que enfoca as causas e efeitos da delinquência juvenil e a dificuldade dos jovens no relacionamento com professores e superiores. O longa-metragem provocou um fenômeno chocante: os jovens dançavam freneticamente ao som daquele rock, e promoviam um quebra-quebra geral nos cinemas. A juventude transviada produziu efeitos, no Brasil o filme foi censurado e restrito para o público maior de 18 anos. Jânio Quadros, então prefeito de São Paulo, declarou em nota oficial: “Determine à polícia deter, sumariamente, colocando em carro de presos, os que promovem cenas semelhantes. Se forem menores, entregá-los ao honrado Juiz.”

Aproveito para recomendar aos iniciantes a audição das 41 faixas do álbum duplo com a trilha sonora de “American Graffiti”. Ou, melhor ainda, assistir a esse filme de 1973 – ambos disponíveis na internet.

Na próxima edição, falarei sobre a influência do ritmo na música jovem do Brasil. Até lá, Amigos.


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