Agosto Laranja foca na prevenção de deficiências
Você sabia que agosto é o mês oficial da prevenção à deficiência? O Agosto Laranja foi estipulado pelas Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apaes) do Brasil para alertar os pais para a importância da prevenção desde antes da gravidez. Enquanto aumentam a morbidade e o número de incidência de deficiências na população, iniciativas desta natureza contribuem também para levantar questões sobre a pressão sobre os sistemas educacional, assistencial e de saúde.
De acordo com a OMS, cerca de 70% das deficiências podem ser evitadas através da prevenção. As estimativas da Organização indicam que 10% da população mundial possui algum tipo de deficiência. No Brasil, até 24% da população brasileira tem algum tipo deficiência (seja física, mental, intelectual ou sensorial), e em Santa Catarina atinge 14% da população, um índice que deve chegar a 21% nos próximos anos. Isso significa que a prevenção de deficiências deve ser encarada como uma questão de saúde pública.
Para alavancar o alerta, o Agosto Laranja é promovido pelas Apaes do Brasil todo. O objetivo principal é ressaltar a importância de realizar a prevenção desde antes da gravidez e estendê-la durante todo desenvolvimento da criança e a vida adulta. Afinal, a deficiência não ocorre apenas por fatores genéticos ou hereditários.
Com dicas simples sobre ações do cotidiano, as Apaes buscaram trazer informações variadas seja sobre a concepção, o parto, o nascimento até a vida adulta, quando as deficiências podem ocorrer por doenças infecciosas, acidentes e fatores ambientais ou externos. Assim, todas as ações que podem ser feitas de forma antecipada contribuem para evitar, retardar, reduzir ou minimizar esses efeitos.
Prevenção pré-natal
Durante o pré-natal, a prevenção começa com a atenção às questões genéticas com a concepção com parentes de 1º grau, hipertensão, diabetes e deficiência de ácido fólico. Também salienta-se o cuidado com doenças infecciosas como a toxoplasmose, rubéola e sífilis.
Outros casos que precisam de acompanhamento são os de hidrocefalia, microcefalia e paralisia cerebral. Além disso, deve-se evitar o uso de álcool, drogas, tabagismo e medicamentos.
Prevenção durante o parto
Na sala de parto, é indispensável ter a presença do obstetra e do pediatra para acompanhar casos de parto demorado ou difícil e intervir imediatamente em diversos casos, tais como de trauma craniano, demora no atendimento depois do rompimento da bolsa, circular de cordão umbilical, lesões nervosas, dificuldades de adequação do pulmão ao nascer, etc.
Prevenção pós-natal
Depois do nascimento, as ações tem como foco prevenir doenças como meningite, paralisia infantil e sarampo, cujas vacinas estão disponíveis no Sistema Único de Saúde. E conforme a criança se desenvolve, os riscos de adquirir uma deficiência continuam. Por isso, é fundamental dar continuidade à prevenção de quedas e agressões, desnutrição, subnutrição e problemas metabólicos como hipotireoidismo, fenilcetonúria, fibrose cística, etc.
Avanços
Muitos avanços no diagnóstico de deficiências vieram nas últimas décadas, mas ainda é importante lembrar que desde os anos 1960 e 1970, a triagem neonatal já identificava casos de fenilcetonuria e hopotireoidismo. Recentemente, exames como o teste do pezinho, da orelinha, do olhinho e da linguinha têm obtido bons resultados com a identificação precoce de deficiências e outras doenças, o que permite rapidez na orientação das famílias e na condução da estimulação.
COMENTÁRIOS