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A beleza em miniatura - João Mateus Biasi


Uma arte milenar de nome japonês, criada na China, sem data de origem definida. Embora haja referências ao cultivo de bonsais no país em documentos do século VI, a influência da cultura chinesa no Japão provavelmente estimulou o cultivo das plantas a partir do século VIII. No século XXI, 16.000 km separam o berço dos bonsais dos exemplares cultivados pelo bonsaista João Mateus Biasi, em Videira.

 

"Muitos dos meus amigos e conhecidos começaram a cultivar bonsai inspirados pelo Daniel-San e seu bonsai no filme Karatê Kid. Mas meu primeiro contato com o bonsai foi no ano 2000, quando mudei para Curitiba e conheci um bonsaista que tinha uma barraquinha na feirinha do Largo da Ordem. No mesmo ano, matei a minha primeira planta", lembra Biasi.

 

A tragédia de Biasi é natural a quem se dedica ao cultivo de bonsais como parte do aprendizado. No Brasil, a história do bonsai encontra poucas referências, mas converge nas experiências de aclimatação de plantas de famílias japonesas na cidade de Guaiçara (SP) nos anos 1930, que produziu tantas plantas orientais que passou a ser reconhecida como "berço das plantas". Foi da pequena cidade interiorana que vieram muitas das plantas de origem asiáticas existentes no país, tais como o pinheiro japonês, o junípero, a azaleia, a ardísia, a piracanta, o marlus, a glicínia e a cerejeira ornamental. Com a imigração japonesa, o cultivo de bonsais chegou ao Brasil driblando dificuldades, seja pelo confisco por funcionários da alfândega, seja pela ausência de vasos, seja pelo desentendimento com as autoridades brasileiras durante a Segunda Guerra Mundial.

Hoje, quando o bonsaismo já foi desmistificado, a prática auxiliou inúmeras pessoas a enfrentar a pandemia. Com Biasi não foi diferente.

 

"A paixão ficou maior nesses dois últimos anos, quando a pandemia impulsionou menos contato com as pessoas fora do trabalho e mais tempo em casa. A atenção com as arvorezinhas foi redobrada agora, mas venho de 22 anos de amor pelos bonsais", explica.

 

O hobby, tal qual a odontologia que Biasi pratica profissionalmente, estão ligados pela quantidade de assuntos a serem estudados, técnicas minuciosas, destreza manual e detalhes miniaturizados. 

Em 2018, o dentista fez seu primeiro curso focado no cultivo e técnicas básicas de bonsaismo como forma de rever conceitos e recomeçar com outras plantas.

 

"Me encanta a possibilidade de miniaturizar uma planta, fazendo com que ela pareça ter muita idade; ou pareça ter sofrido ação de intempéries; ou que aparente ter crescido livre em um campo aberto; ou que dê a impressão de ter crescido na margem de um penhasco", diz.

 

Mas se engana quem pensa que bonsais se referem apenas às plantas velhas. Biasi explica que plantas novas trabalhadas da forma correta podem aparentar ser bem mais velhas que outras.

 

"Algumas dicas são importantes na hora de trabalhar com estas plantas. A primeira e mais difícil, que é a principal razão para afastar algumas pessoas desta arte, é manter a planta viva. Por ficar em vasos de tamanho reduzido, a falta de água pode ser a principal causa de morte da planta. Por isso, a dica número um é regar muito! Em segundo lugar, lembre-se de cultivá-la com bastante sol e ventilação. O bonsai não é um enfeite, é uma planta viva!", orienta.

 

Entre os planos de Biasi para sua coleção está a conclusão do curso de Pinheiro Negro (Kuromatsu), que cursa atualmente com a expectativa de terminar com uma árvore bem formada, e dar mais atenção ao grupo de bonsaistas de Videira, Fraiburgo, Abdon Batista, Treze Tílias e Campos Novos.

 

"Quando eu trabalho em alguma planta minha ou de algum amigo, é um momento de meditação em que você se conecta com aquilo que está fazendo e todo o resto não importa mais. É um momento de paz muito prazeroso, uma arte plástica viva em constante evolução", conclui Biasi.

 

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