Inspiração e dedicação - Helga Zeisler Feilstrecker
Um propósito. Foi o que moveu a trajetória de Helga Zeisler Feilstrecker desde a tenra idade até os dia de hoje em sua vida pública. Seja como professora, diretora ou assistente social, a educadora se mantém ativa, sem medo de enfrentar novos desafios.
De família tradicionalmente austríaca, herdeira do Tirol, Helga se compôs a partir de uma coleção de perdas e dificuldades. Dos quatro irmãos, apenas uma ainda a acompanha na saudade do irmão falecido com poucos meses de vida e da outra irmã que chegou a idade adulta, mas partiu deixando dois filhos pequenos.
“Nossa infância foi muito diferente. Naquele tempo não havia redes sociais, então usávamos nossa criatividade para brincar livremente. Subíamos em árvores, brincávamos de balanço, corríamos na chuva, tudo era muito prazeroso. Aprendemos, também, desde muito cedo a ter responsabilidade e fazer as coisas com capricho e atenção. A disciplina sempre esteve presente em minha rotina, seja em casa ou na escola de ensino alemão que frequentei desde cedo”, lembra.
Aos 13 anos, Helga deu início a sua vida profissional trabalhando como empregada doméstica e dois anos depois ingressou no serviço público municipal como Tesoureira, em substituição à irmã.
“Foi só depois de muitos e muitos anos, pelo incentivo de uma amiga, que me inscrevi no Concurso Público Estadual para desempenhar a função de professora. Foi uma decisão difícil, tive que pensar muito pois minha função na Prefeitura era muito prazerosa, entretanto, já estava casada e com dois filhos e poderia ter uma jornada de trabalho de somente 20 horas semanais. Como trabalhar em meio período me possibilitaria ter mais tempo para cuidar dos meus filhos, optei pelo concurso”, justifica Helga.
Foi assim que ingressou em uma escola do interior, trabalhando com quatro turmas simultaneamente.
“É o que podemos chamar de ‘escola da vida’, pois ali, além de ensinar, tive um grande e genuíno aprendizado”, brinca.
Um ano mais tarde, Helga foi transferida para a cidade e não muito tempo depois assumiu a direção do Pré-Escolar Afonso Edmundo Dresch.
“A direção do Pré e, depois da Escola Municipal Irmã Filomena Rabelo, foi uma longa, feliz e desafiadora jornada. Trabalhar com crianças é despertar a criança que existe em nós, reviver sonhos e buscar o pote de ouro no final do arco-íris... Então estar na direção me proporcionou muitas alegrias, inúmeras experiências e uma gama gigantesca de aprendizados”, recorda Helga.
Com apoio e parceria do Poder Público, dos pais e dos professores, Helga atuou para extrair o que há de melhor em cada um com o objetivo de transformar a escola em um ambiente prazeroso.
“Tenho sempre em mente que a criança deve se sentir acolhida, ser chamada pelo seu nome. Isto nem sempre é fácil, porque temos que lembrar de cerca de 1200 nomes todos os anos, mas é um sinal de que você os conhece, está ali por eles, para eles e que realmente se importa”, aponta.
A convivência com alunos do Pré ao 9º Ano deu origem ao que se pode chamar de Família Filomena, em Treze Tílias.
Mas nem tudo na vida se resume ao aspecto profissional. Com o passar do tempo, a família de Helga passou a incentivá-la a diminuir o ritmo e estar mais presente no seu dia a dia.
“Tudo na vida acontece em ciclos. Compreendi que meu ciclo na Educação havia se findado e minha missão havia se cumprido”, conta a educadora.
Justamente quando Helga atingiu esta percepção, um novo desafio foi lançado. E como desconhece a desistência, Helga aceitou a proposta para atuar na Secretaria de Assistência Social, onde atua há cerca de um ano e meio.
Atualmente, suas preocupações se voltam ao cenário de carência de possibilidades em relação ao bem-estar das pessoas idosas. Em sua nova jornada, Helga mantém tempos especiais dedicados às netas Camila e Maitê e já se programa para curtir Maria Júlia, que está a caminho.
Ciente de que ainda têm muito a dar e que seu propósito ainda a mantém em pé, a educadora ensina que acreditar, abraçar a causa e dar sempre o seu melhor é o combustível para que tudo dê certo no final.
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